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sábado, 10 de abril de 2021

Morre, aos 99, príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, do Reino Unido

 

O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, morreu aos 99, disse nesta sexta-feira (9) o Palácio de Buckingham. 

Ele iria completar 100 anos em junho deste ano. 

Em fevereiro, ele passou mal e foi internado como “medida de precaução”. No entanto, ele foi transferido de hospital e passou por uma cirurgia cardíaca. Ele recebeu alta depois de um mês. 

“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo”, disse o palácio em um comunicado. 

O príncipe “faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor”, diz a nota. “Novos anúncios serão feitos no devido tempo. A Família Real se une às pessoas ao redor do mundo em luto por sua perda.” 

Bisneto da rainha Vitória, nasceu em uma cozinha 

O Príncipe Philip da Grécia e da Dinamarca, bisneto da rainha Victoria (como a própria rainha Elizabeth II), nasceu em uma mesa de cozinha na ilha de Corfu, em 10 de junho de 1921. 

Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 1922, foi retirado da ilha em uma caixa de laranjas com o restante da família em um navio britânico, quando o tio, o rei Constantino I da Grécia, avô da rainha da Espanha, teve que partir para o exílio. 

Após uma infância errante e uma longa estadia em um pensionato austero da Escócia, ingressou na Marinha britânica e teve participação ativa na Segunda Guerra Mundial. 

Depois do casamento, em 1947, com a então jovem princesa Elizabeth, Philip Mountbatten foi enviado a Malta, mas a meteórica ascensão militar foi interrompida pela subida ao trono da esposa, em 1952, o que o obrigou a renunciar à carreira. 

“Estando casado com a rainha me parecia que deveria servi-la da melhor maneira possível”, disse certa vez numa entrevista à ITV. 

Espontaneidade inadequada 

Desde então, ele desempenhava um papel secundário ao lado da monarca, a qual acompanhava em visitas oficiais, mas vinha sendo alvo constante da imprensa devido a comentários, ao mesmo tempo, espontâneos e inadequados — e muitas vezes racistas. 

Em 1986, por exemplo, aconselhou estudantes britânicos na China a não permanecerem muito tempo no país se não quisessem terminar com os “olhos rasgados”. 

Durante uma visita à Austrália em 2002 perguntou a um aborígene se “ainda disparava flechas”. Em uma ocasião, um menino disse que gostaria de ser astronauta e o duque respondeu: “Nunca poderá voar, está muito gordo”. 

Ao ser questionado se gostaria de visitar a União Soviética, respondeu: “Eu gostaria muito de ir à Rússia, mas os bastardos assassinaram metade da minha família” (em referência ao destino dos Romanov). 

A um professor de auto-escola escocês, o príncipe perguntou: “Como você faz para manter os nativos suficientemente longe da bebida para aprová-los no exame?” 

Apesar de tudo, ganhou a simpatia dos britânicos com o trabalho de incentivador de quase 800 organizações. 

Casamento sólido. 

“Lilibet”, contou mais tarde que sentiu amor à primeira vista pelo louro alto de olhos azuis. Ele, por sua vez, nunca confessou se o sentimento foi recíproco. 

“É a atração dos opostos: ela é séria, tímida, introvertida; ele, ao contrário, gosta de gente e da vida social, sendo muito divertido. Enfim, se complementam”, assinalou Marc Roche, autor da biografia “A última rainha”. 

Com a prematura morte do rei George VI, Elizabeth subiu ao trono aos 25 anos. Philip tornou-se príncipe consorte, à sombra da esposa; foi até obrigado a mudar o sobrenome, Mountbatten, porque, segundo Winston Churchill, soava muito alemão, numa época de guerra. 

“O príncipe Philip é o único homem em todo o mundo que trata a rainha como um simples ser humano”, contou certa vez o ex-secretário privado de Elizabeth II, Lord Charteris. “É o único que se pode permitir. E isso agrada a ela”, acrescentou. 

A solidez da “associação” que formaram contribuiu, em boa medida, para a estabilidade da monarquia britânica nas últimas seis décadas. 

“A rainha e o príncipe formaram uma parceria de trabalho extraordinária, mas seriam felizes?”, escreveu Gyles Brandreth no best-seller “Philip e Elizabeth, retrato de um matrimônio”. [G1]

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