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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Dois dias após morte de adolescente indígena, Pataxós denunciam novo ataque de 'pistoleiros' no Prado

 Dois dias após morte de adolescente indígena, Pataxós denunciam novo ataque de 'pistoleiros' na Bahia — Foto: Arquivo pessoal

"Eles invadiram as terras, quebraram as portas e até mataram cachorros. Desta vez, nenhum indígena ficou ferido, porque eles se esconderam no mato. Se as pessoas tivessem ficado em casa, seriam assassinadas. 

O cacique está escondido. Esses pistoleiros estão a mando de fazendeiros da região, que tentam invadir as terras indígenas, que já são demarcadas antropologicamente", detalhou. 

O líder indígena disse ainda que o novo atentado tem ligação com o assassinato de um Pataxó de 14 anos, que foi morto a tiros na madrugada do último domingo (4), na mesma região. Gustavo Conceição da Silva foi morto em um atentado de pistoleiros e não resistiu aos ferimentos. 

Indígena de 14 anos foi baleado na madrugada de domingo (4). — Foto: Redes sociais

"A polícia até chegou na madrugada [desta quarta], mas fez uma ronda e foi embora. Nós solicitamos de imediato a presença da Força Nacional na região, para apaziguar os conflitos, mas o que vemos é a omissão do governo federal e do governo estadual. Além disso, tem muito policial militar que faz a segurança particular dos fazendeiros". 

A Polícia Militar foi procurada, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. Já a Polícia Civil informou que não há registro do ataque em delegacia. 

O g1 teve acesso ao documento assinado pelo Movimento Indígena da Bahia (MIBA), em que a entidade pede que o Ministério Público Federal apure e dê providências sobre os ataques às comunidades que vivem em Prado e em Porto Seguro. 

O documento foi encaminhado ao MPF no dia 5 de setembro. Na solicitação, o MIBA descreve que há caráter de urgência para o pedido, por causa do clima de tensão e dos conflitos de terra. O g1 entrou em contato com o MPF para saber o andamento do pedido, mas ainda não obteve resposta. 

Demarcação de terras 

Os territórios indígenas de Barra Velha, onde fica a Aldeia Nova, e Comexatibá já são reconhecidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), e aguardam apenas a assinatura do presidente da república na carta declaratória, para homologação dos documentos. 

Indígena de 14 anos foi baleado na madrugada de domingo (4). — Foto: Redes sociais

"Já mandamos documentos e fizemos pedidos em todas as instâncias. Nós vamos a Brasília, conversar com o Supremo Tribunal Federal (STF), para ver se há andamento nessa assinatura. Enquanto isso, os indígenas seguem sem segurança para defender seus próprios territórios"./G1-BA

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