"Eles invadiram as terras, quebraram as portas e até mataram cachorros. Desta vez, nenhum indígena ficou ferido, porque eles se esconderam no mato. Se as pessoas tivessem ficado em casa, seriam assassinadas.
O cacique está escondido. Esses pistoleiros estão a mando de fazendeiros da região, que tentam invadir as terras indígenas, que já são demarcadas antropologicamente", detalhou.
O líder indígena disse ainda que o novo atentado tem ligação com o assassinato de um Pataxó de 14 anos, que foi morto a tiros na madrugada do último domingo (4), na mesma região. Gustavo Conceição da Silva foi morto em um atentado de pistoleiros e não resistiu aos ferimentos.
Indígena de 14 anos foi
baleado na madrugada de domingo (4). — Foto: Redes sociais
"A polícia até chegou na madrugada [desta quarta], mas fez uma ronda e foi embora. Nós solicitamos de imediato a presença da Força Nacional na região, para apaziguar os conflitos, mas o que vemos é a omissão do governo federal e do governo estadual. Além disso, tem muito policial militar que faz a segurança particular dos fazendeiros".
A Polícia Militar foi procurada, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. Já a Polícia Civil informou que não há registro do ataque em delegacia.
O g1 teve acesso ao documento assinado pelo Movimento Indígena da Bahia (MIBA), em que a entidade pede que o Ministério Público Federal apure e dê providências sobre os ataques às comunidades que vivem em Prado e em Porto Seguro.
O documento foi encaminhado ao MPF no dia 5 de setembro. Na solicitação, o MIBA descreve que há caráter de urgência para o pedido, por causa do clima de tensão e dos conflitos de terra. O g1 entrou em contato com o MPF para saber o andamento do pedido, mas ainda não obteve resposta.
Demarcação de terras
Os territórios indígenas de Barra Velha, onde fica a Aldeia Nova, e Comexatibá já são reconhecidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), e aguardam apenas a assinatura do presidente da república na carta declaratória, para homologação dos documentos.
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