A tradição das festas juninas, tão rica em cultura e
identidade brasileira, vem sofrendo um desvirtuamento que beira o desrespeito.
É inadmissível que eventos dedicados a celebrar São João, Santo Antônio e São
Pedro sejam palco para ritmos como arrocha, sofrência e brega, que em nada
dialogam com a proposta original da festa.
A festa junina
é marcada pelo forró, o xote, o baião, o arrasta-pé — gêneros que representam o
Nordeste e toda a sua efervescência cultural. Trocar Luiz Gonzaga por Pablo do
Arrocha ou Wesley Safadão é simplesmente uma presepada! É abandonar as raízes
para agradar modismos passageiros, enfraquecendo o elo entre o povo e sua
história.
Mais do que
música, a festa junina é patrimônio cultural. Ela envolve danças como a
quadrilha, comidas típicas, trajes caipiras e toda uma ambientação que remete
ao interior e à vida rural. Quando se impõe repertórios de sofrência, quebra-se
o clima festivo e genuíno da celebração.
Promotores de eventos que ignoram essa essência acabam por transformar um festejo tradicional em um mero "baladão de meio de ano". É preciso resistir à pasteurização cultural. Resgatar e valorizar o autêntico forró é uma obrigação com a nossa memória, com o nosso povo e com a nossa identidade. Festa junina com sofrência? Tô fora!
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