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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Pescadores do Extremo Sul da Bahia protestam na BR-101 e cobram reparação por crime ambiental de Mariana

 


Comunidades pesqueiras de cinco municípios baianos exigem inclusão no acordo de compensações e pedem providências urgentes ao deputado estadual Paulo Câmara

Nova Viçosa (BA) – Na manhã desta sexta-feira, 9 de maio de 2025, pescadores, marisqueiras e trabalhadores da pesca artesanal realizaram uma manifestação pacífica no trevo de Porto da Mata, na BR-101, em Nova Viçosa. A mobilização contou com cerca de 200 participantes vindos dos municípios de Prado, Caravelas, Alcobaça, Nova Viçosa e Mucuri, totalizando mais de 15 mil pessoas atingidas direta ou indiretamente pelos impactos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015.

Protesto pacífico cobra visibilidade e reparação

Com início às 9h e encerramento ao meio-dia, o ato teve como objetivo chamar a atenção do poder público para os danos ambientais, sociais e econômicos que continuam afetando o litoral baiano. O rompimento da barragem é considerado o maior crime ambiental da história do Brasil, envolvendo as mineradoras Samarco, BHP Billiton e Vale S.A.

Lideranças comunitárias como Jenuário, Gereco, Moniele, Jorge e Josivaldo participaram ativamente da mobilização, que foi acompanhada juridicamente pelos advogados Reginaldo Nascimento Leal e Suzana. A equipe manteve diálogo direto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), garantindo a legalidade e a segurança do protesto.

Comunidades denunciam abandono e exigem inclusão em acordo

Os manifestantes relataram contaminação do mar, corais, peixes e praias, prejudicando gravemente a pesca artesanal e comprometendo a renda e a segurança alimentar das famílias. Além disso, denunciaram a ausência de políticas públicas eficazes para reparação dos danos.

Estudos técnicos do ICMBio e pesquisas conduzidas por universidades como a UFES e a UFRGS, com mais de 580 pesquisadores em expedições e coletas por 180 dias, confirmaram que os rejeitos da mineração atingiram o litoral do Extremo Sul da Bahia. Ainda assim, o Estado da Bahia foi excluído do Acordo de Repactuação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que previu compensações apenas para outros estados afetados.

Pedido oficial é entregue à Assembleia Legislativa da Bahia

O advogado Reginaldo Leal protocolou documento na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), dirigido ao deputado estadual Paulo Câmara, solicitando providências imediatas. No ofício, ele propõe:

  • Realização de uma Audiência Pública em Caravelas, com participação das comunidades atingidas;
  • Convocação das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente (SEMA), Agricultura e Pesca (SEAGRI), Assistência Social (SEADES) e Justiça e Direitos Humanos;
  • Inclusão de representantes do Governo Federal, como o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Pesca;
  • Comunicação aos órgãos de fiscalização e defesa de direitos, como o Ministério Público Estadual e Federal, Defensorias Públicas e a OAB-BA;
  • Encaminhamento de cópia de todas as providências ao advogado responsável pelo acompanhamento do caso.

“Os danos são contínuos e imprescritíveis”, diz advogado

“Estamos diante de um crime ambiental com efeitos que persistem há quase uma década. Os danos são contínuos e imprescritíveis, conforme o ordenamento jurídico brasileiro. A exclusão da Bahia do acordo é uma injustiça com as comunidades tradicionais e vulneráveis do nosso litoral”, afirma o advogado Reginaldo Leal.

A expectativa é que o deputado Paulo Câmara atenda ao apelo das comunidades e que a Assembleia Legislativa da Bahia atue com firmeza na defesa dos direitos dos atingidos, promovendo justiça social e ambiental.

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