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quinta-feira, 27 de março de 2014

Um mês depois: Quem matou o jornalista Jel Lopes em Teixeira de Freitas?

Um mês depois: Quem matou o jornalista Jel Lopes em Teixeira de Freitas?
Completado hoje (27/03), exato um mês do assassinato do radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos e as respostas sobre as perguntas mais comuns, ainda não são respondidas: Quem estaria interessado na sua morte? Quem lhe matou? E porque? De acordo com o delegado-chefe da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, delegado Marcus Vinicius, a investigação em torno do crime tem caminhado pelo seu percurso normal, ouvindo pessoas e juntando peças que possam contribuir com o trabalho que pode levar a polícia identificar e prender os assassinos.

Embora, o delegado reconheça que o ocorrido tem muita complexidade e requer dedicação e mão de obra qualificada para elucidá-lo, ele insiste em dizer que qualquer adiantamento sobre linhas de investigações é precipitada e causa prejuízo ás investigações. Ou seja, o delegado Marcus Vinicius mantém a sua postura em dizer que a prioridade é elucidar a morte do jornalista e não divulgar informações não conclusas para não embaraçar os trabalhos que poderão oferecer uma resposta satisfatória à sociedade.

O repórter Jel Lopes foi abatido com 6 tiros por volta das 21h15 de quinta-feira do último dia 27 de fevereiro, no interior do seu veículo, um Volkswagen modelo Voyage, cor verde, plotado com a marca do seu portal de notícias. O crime ocorreu em frente ao prédio de nº 348 da Rua da Saudade, no bairro Bela Vista, numa região central de Teixeira de Freitas, onde foi deixar em casa, o colega repórter esportivo Djalma Ferreira, 60 anos. A sua namorada Daniele Ferreira dos Santos, 25 anos, que estava no banco traseiro, acabou ferida na perna direita por um projétil de arma de fogo.

Os criminosos estavam possivelmente a bordo de um Toyota Corola, cor cinza ou branca, que emparelhou ao seu veículo e um homem da porta dos fundos desceu e disparou vários tiros contra o jornalista sobre o volante do seu carro que aguardava a sua namorada sair do banco traseiro para embarcar no banco dianteiro. O repórter esportivo Djalma Ferreira ainda não tinha conseguido abrir o portão quando os tiros aconteceram, mas ele preferiu não olhar para trás e adentrou no seu prédio e bateu o portão, só quando ouviu os gritos de socorro da namorada do jornalista, ele saiu para verificar o que tinha ocorrido.

A namorada do jornalista estava no banco traseiro, porque teria oferecido o banco do carona para o repórter esportivo que estava recém operado. A moça conta que não conseguiu enxergar absolutamente nada, porque foi tudo muito rápido e aconteceram os tiros no momento que ela se preparava para descer da porta traseira para ocupar o banco da frente e a única coisa que conseguiu ver, foi um carro claro fugindo em direção ao mesmo sentido do carro da vítima.

No local os peritos recolheram no chão, três cápsulas calibre 9 milímetros e um projétil, outro projétil foi localizado na caixa de ar do painel do carro da vítima. Segundo o laudo criminalístico e de medicina legal expedidos pelo perito criminal Manoel Garrido e pela médica legista Cezarina Siqueira, o jornalista Jel Lopes foi assassinado com 6 perfurações à bala, dois que lhe atingiram a parte baixa da cabeça e 4 na região do tórax, todos com orifícios de entrada pelo lado esquerdo.

Os peritos constataram que quatro dos 6 tiros que atingiram o jornalista, tiveram seus projéteis transfixados, inclusive os dois que lhe atingiram a parte baixa da cabeça que quebraram sua mandíbula. E dois projéteis foram extraídos durante a necropsia alojados no coração do jornalista. Pela dinâmica do local do crime, os peritos evidenciaram que o projétil que atingiu e se alojou na perna direita da namorada do jornalista, seja um dos projéteis que transfixou do corpo da vítima.

O radialista e jornalista Jel Lopes foi misteriosamente assassinado, 23 anos depois do sumiço misterioso do radialista e jornalista Ivan Rocha, que no próximo dia 21 de abril de 2014, completará 23 anos do seu desaparecimento de Teixeira de Freitas. O jornalista Ivan Rocha, que tinha 32 anos na ocasião, editor de três jornais de circulação dirigida e apresentador do programa jornalístico do meio-dia da Rádio Alvorada AM de Teixeira de Freitas, desapareceu na noite do dia 21 de abril de 1991, quando saía da casa da sua namorada, uma pedagoga que morava no bairro Urbis-I. No dia do seu sumiço ele havia anunciado no seu programa que entregaria ao desembargador Mário Albianni, então presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, que visitaria a cidade no dia seguinte, um dossiê com nomes de políticos e policiais que integravam o sindicato do crime na região.

A promotora de justiça Graziella Junqueira Pereira, que chegou ao Ministério Público Estadual de Teixeira de Freitas, em setembro de 2009, tão logo assumiu a titularidade da 3ª Promotoria Criminal da Comarca, quis conhecer o caso e oficiou à polícia judiciária, o poder judiciário e órgãos afins para que esclarecessem sobre os fatos, objetivando reabrir o caso do jornalista Ivan Rocha. Mas a promotora não obteve nenhuma resposta, justamente pela complexidade que gerou em torno do sumiço daquele profissional de imprensa, cujo corpo nunca apareceu e nem seu paradeiro tenha sido esclarecido por falta de autores definidos.

A promotora na época, lamentou a prescrição do crime do jornalista Ivan dos Santos Rocha, que na quinta-feira, do dia 21 de abril de 2011, completou exatos 20 anos do seu sumiço. E 23 anos depois, foi à vez do radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos, diretor e editor do site Portal N3, ser assassinado com 6 tiros, em plena via pública de uma região central da cidade. (Por Athylla Borborema)

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