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sábado, 27 de agosto de 2016

Itabuna: Jovem denuncia médico por cobrar R$ 2.500 para fazer cesárea pelo SUS




Em 2013, obstetra teve que devolver R$ 1.200 a um casal por procedimento. Uma adolescente de 17 anos, que não quis se identificar, denunciou que um médico obstetra da Maternidade Ester Gomes, em Itabuna, sul da Bahia, se negou a fazer um parto cesáreo nela pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme a gestante, o médico Luis Leite pediu R$ 2.500 para fazer o procedimento.

O caso aconteceu na segunda-feira (22). A adolescente estava com 40 semanas de gestação e sentido dores quando procurou atendimento na maternidade. Durante toda a gravidez, ela fez acompanhamento pelo SUS. Como a jovem não aceitou fazer o pagamento, o parto foi feito em outro hospital, o Manoel Novaes. O bebê teve complicações e está internado na UTI da unidade médica.

"[O médico] falou que a cada cesárea que ele faz pelo SUS ele perde R$ 20. Perguntou se meu marido trabalhava. Eu falei que trabalhava na empresa 'tal' [sic.]. Aí ele [médico] disse: então não tem dinheiro, é pobre, não pode pagar essa cesárea", relatou a jovem.

A adolescente conta que chegou à maternidade com o laudo de um cardiologista, emitido no dia 22 de julho. De acordo com o relatório médico, ela apresentava crises de pressão alta, relacionadas à ansiedade, por isso foi recomendado o parto cirúrgico, com anestesia, para evitar estresse.

De acordo com a jovem, as orientações do laudo não foram levadas em conta pelo médico Luis Leite, que, após a adolescente se recusar a fazer o pagamento, receitou uma medicação e liberou a paciente para casa.

A sogra da jovem, a auditora fiscal Nailma dos Santos Nascimento Moura, está indignada. "E agora, meu neto está na UTI, numa situação grave. A família toda transtornada, todo mundo muito triste, por conta de uma negligência", afirmou.


O bebê, que ganhou o nome de Joaquim, nasceu de parto cesáreo às 5h49 da manhã de terça-feira (23), com 3,148 kg e 50 centímentros de comprimento. A criança joaquim ainda não voltou para casa, porque está na UTI.

Conforme o pai da criança, o auxiliar de produção Iuri Kerry, 20 anos, os médicos disseram que o parto de Joaquim foi demorado e, por conta disso, engoliu mecônio, o que provocou problemas respiratórios nele.

"Se eu fosse pra casa, como o Dr. Luis Leite falou que não tava no tempo ainda e me passou um remédio pra dor, eu digo a você que nem na UTI meu estava agora. Eu estva sentidno muita dor e voltei pra outra maternidade", desabafou chorando a adolescente.

"Todo mundo está ciente de que não é a primeira vez que acontece [do médico cobrar por um cesárea]. Vamos procurar o Ministério Público", disse a mãe da adolescente que teve o bebê, que também não quis se identificar.

A reportagem procurou o médico Luis Leite na maternidade Ester Gomes, mas ele não foi encontrado. A direção da unidade informou que o obstetra dá plantão no local às segundas-feiras e ainda vai ser ouvido pelo hospital.

O diretor administrativo da maternidade, Denis Dias, disse que um processo administrativo será aberto pra apurar o caso e que, na segunda-feira (29), deve ouvir o médico e a família da adolescente.
Outro caso

Em 2013, outro casal denunciou o médico Luis Leite por ter cobrado para fazer uma cesárea que deveria ser realizada pelo SUS, também na maternidade Ester Gomes. Na ocasião, o obstetra cobrou R$ 1.200. O casal pagou e, depois, o médico teve que devolver o dinheiro aos pais da criança.


Também em 2013, a família de um bebê acusou o mesmo médico de negligência pela morte de um bebê após o parto. Conforme a certidão de óbito da criança, o motivo da morte foi uma fratura no braço e sofrimento fetal. Na ocasião, Luis Leite não quis comentar o assunto. Nesta sexta-feira (26), o G1 tentou contato com a unidade médica para saber do andamento da apuração caso, mas até o fechamento desta reportagem não conseguiu./G1 BA, com informações da TV Santa Cruz

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