“Hoje é o dia mais difícil da
minha vida”. Foi assim que o deputado estadual Marcelo Nilo definiu as buscas e
apreensões realizadas em sua residência e gabinete, iniciadas na manhã desta
quarta-feira, 13, que investigam crimes eleitorais envolvendo o deputado e a
empresa Bahia Pesquisa e Estatística LTDA (Babesp). A frase foi dita em
pronunciamento na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), casa da qual o
parlamentar foi presidente.
No discurso, Nilo foi
enfático ao afirmar que não há sentido nas suspeitas levantadas pela Polícia
Federal (PF) e Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre ele manipular as
pesquisas do instituto sobre intenção de voto ou a possibilidade dele ser
proprietário da Babesp. “A Bahia é testemunha que, em 2014, o único instituto
que informava, que noticiava, que a vitória [ao cargo de governador do Estado]
seria de Rui Costa (PT) foi a Babesp, contra, inclusive, informações do famoso
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Ou seja, os
resultados mostraram e mostram que não existia manipulação”, disse.
O parlamentar completou
dizendo que não é dono da Babesp, e que foi apenas cliente do instituto. “Foi
uma violência inonimável. Foi uma violência contra um parlamentar de 28 anos de
vida pública. Dez anos como presidente da AL-BA e nunca um parlamentar, nunca o
Ministério Público, nunca a imprensa denunciaram qualquer desvio de recursos
públicos”, explica.
O deputado estadual ainda
disse que suspeitas similares à essas já haviam sido cogitadas na “Justiça
comum”, mas foram arquivadas. “Havia o mesmo caso no Tribunal Regional Federal
da 1ª Região, algo similar, onde o desembargador federal negou, inclusive,
quebra de sigilo telefônico e o processo foi arquivado.A Justiça Federal
arquiva e a Eleitoral faz um constragimento desse que eu não desejo ao meu pior
inimigo, se eu tivesse algum”, afirma, exaltado.
Nilo ainda discorre sobre um
outro processo na PF. “Outro projeto similar corre na PF e na última
segunda-feira, 11, quando tomei conhecimento que esse processo, que começou há
3 anos, estava ouvindo diretores, sócios e ex-sócios da Babesp, eu me
prontifiquei através do nosso advogado que eu queria ser ouvido pela PF porque
a vida pública, os homens públicos, além de mostrar que somos honestos, nós
também temos que demonstrar para a sociedade que somos honestos”, completou o
parlamentar.
Marcelo Nilo concluiu o
pronunciamento dizendo que vai continuar o trabalho com dignidade e cabeça
erguida. “Sou homem sério, honrado, pai de três filhas e avó de uma neta, que
trabalhei durante 38 anos, como estagiário, engenheiro da Empresa Baiana de
Águas e Saneamento S.A. (Embasa), presidente da Embasa e deputado”.
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