A Polícia Federal (PF)
prendeu hoje (21) o ex-governador do Amazonas José Melo, acusado de integrar um
esquema criminoso que desviava recursos públicos da área da saúde.
A prisão temporária de Melo
foi autorizada pela Justiça Federal no Amazonas com base em parecer favorável
do Ministério Público Federal (MPF). Além da prisão do ex-governador, cujo
mandato foi cassado em maio deste ano por compra de votos nas eleições de 2014,
os policiais federais também cumpriram mandados de busca e apreensão em sete
imóveis residenciais e comerciais da região metropolitana de Manaus. A operação
deflagrada esta manhã recebeu o nome de Estado de Emergência.
Em nota, o MPF informou haver
“fortes indícios” de que o ex-governador recebeu recursos em espécie do médico
e empresário Mouhamad Moustafa, preso em 2016 durante a Operação Maus Caminhos.
A investigação apurou o
desvio de pelo menos R$ 50 milhões em recursos públicos por meio de contratos
com organizações não-governamentais selecionadas para administrar
estabelecimentos públicos de saúde no Amazonas, como a Maternidade Enfermeira
Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga, e o Centro de Reabilitação em Dependência
Química, em Rio Preto da Eva.
Segundo o MPF, um relatório
fornecido pelo Ministério da Fazenda mostra que a movimentação financeira do
ex-governador era incompatível com sua renda e sugere práticas suspeitas, como
a realização de frequentes saques em dinheiro em contas receptoras de
transferências eletrônicas de várias origens, além de movimentação de grandes
quantias em benefício de terceiros.
Ainda de acordo com o MPF,
uma nota técnica do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União
(CGU) aponta indícios de que o aumento do patrimônio pessoal do ex-governador é
incompatível com o quanto ele ganhava à época. No período, José Melo adquiriu
um imóvel avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de ter reformado seu sítio.
O MPF afirma ainda que as
investigações apontam que o ex-secretário estadual de Administração e irmão do
ex-governador, Evandro Melo, atuou como uma espécie de intermediário entre
Mouhamad e José Melo. Evandro Melo foi preso no último dia 13 na Operação Custo
Político, que apura o envolvimento de agentes públicos em esquema de pagamento
de propina com recursos públicos destinados à saúde do estado. Outros 11
investigados também foram presos na ocasião, acusados de receber ao menos R$ 20
milhões em propina./Agência Brasil
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