Cotado para assumir a
candidatura presidencial do PT se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for
barrado na Lei da Ficha Limpa, o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques
Wagner diz que não teria "tesão" de ser candidato "nessas circunstâncias".
Wagner está em Porto Alegre
para acompanhar a mobilização a favor de Lula antes do julgamento no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, nesta quarta-feira (24).
Em discurso em um evento de
petistas e aliados na Assembleia Legislativa gaúcha nesta terça, ele afirmou
que não há "plano A, B ou C". "Apenas plano L, Lula
presidente."
À reportagem Wagner disse que
debater uma alternativa a Lula neste momento seria "burrice",
desperdício de energia e até mesmo admitir "culpa". Também falou que
nunca conversou com o ex-presidente a respeito dessa hipótese e que um eventual
plano emergencial "não será discutido com antecedência."
"Se houver a interdição
[da candidatura Lula] transitada em julgado, vamos ter que achar um candidato
ou apoiar um candidato", disse.
"Meu nome é lembrado
porque sou do quarto colégio eleitoral [do país]. Ganhamos três [eleições], o
Rui [Costa, governador da Bahia] também. Assim como lembram o nome do
[Fernando] Haddad".
Só haverá troca de candidato,
disse ele, se "o advogado disser: 'Ó, não tem mais caminho'."
"Vamos ter que reunir,
emergencialmente, e dizer: ó, vai ser fulano. Aí tem a naturalidade de nomes
que estão aparecendo."
Ele citou como possibilidade
o governador do Piauí, Wellington Dias.
SERGIO MORO
Aos militantes petistas
Wagner criticou o juiz Sergio Moro e disse que o Judiciário passou a ser
"líder de torcida organizada". "Tenta fazer o time deles
[adversários] ganhar sem que o nosso entre em campo."
A sentença de Moro, disse, já
foi "pra lá de desmontada" no mundo todo e representa uma
"vergonha para o Brasil." Wagner também defendeu mais mobilização nas
ruas. "Democracia a gente constrói nas ruas, na praça, na fábrica, na
escola, na igreja, Quebrando as portas, como disse o [líder sem teto Guilherme]
Boulos, ou sem quebrar as portas. Aí depende do jogo, a gente não pode
antever."
Questionado sobre o tom das
declarações de lideranças petistas nas últimas semanas -a presidente do partido
Gleisi Hoffmann chegou a falar que seria preciso "matar gente" para
prender Lula-, Wagner falou que houve "agressão moral" contra o grupo
político e rejeitou defender "agressão física".
"As pessoas estão sendo
violentadas o tempo todo, acho que o Lula foi. Isso vai gerando indignação. Mas
eu sou contra."
CANDIDATURA MANTIDA
O senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) também participou do evento em Porto Alegre. Disse que a candidatura de
Lula está mantida qualquer que seja o resultado do julgamento e que na Justiça
Eleitoral será um outro processo.
O secretário-geral do PT,
Romênio Pereira, falou em já montar um grupo de trabalho da eleição e que o
partido está aberto a discutir alianças em todos os Estados, ainda que o PT
possa ter que "ir sozinho"./ folha
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