Com isso, a soma de penas de
Cabral já ultrapassa cem anos de prisão. Em uma das ações, ele foi condenado
pelo juiz federal Sergio Moro, do Paraná. A sentença desta sexta afirma
que o ex-governador lavou R$ 4,5 milhões comprando joias, como brincos e anéis
de ouro, na H. Stern de 2009 a 2014.
A decisão do juiz Bretas afirma que Carlos
Miranda e Luiz Carlos Bezerra atuavam como intermediários e faziam os
pagamentos parte em dinheiro vivo para ocultar a participação de Cabral. O
dinheiro é proveniente de crimes de corrupção antecedentes, segundo a acusação.
O processo contou com a
colaboração de dois representantes e dois diretores da H. Stern. Eles contaram
que Cabral e Adriana Ancelmo cobravam "discrição" na compra de joias
e que os certificados e notas fiscais, obrigatórios nesse tipo de comércio, não
foram emitidos. O objetivo seria ocultar a "origem criminosa" dos
recursos. "As vendas foram realizadas, em geral, fora do ambiente das
lojas, por vezes na residência do casal e até mesmo no Palácio Guanabara",
diz a sentença de Bretas.
A pena de Ancelmo foi fixada
em dez anos e oito meses de prisão.
Cabral está detido desde
novembro de 2016. Desde janeiro, permanece no Complexo Médico Penal de Pinhais,
na região metropolitana de Curitiba.
Outro lado
A defesa de Sérgio Cabral diz
que a decisão é "só mais um capítulo da sentença que já foi proferida no
processo originário, da Operação Calicute. Também afirma que a ideia de que
alguém possa lavar dinheiro com joias é "insustentável".
"Na sentença anterior (Eficiência
II), o próprio juiz reconheceu que tem Sérgio Cabral como culpado de todos os
fatos que lhe são imputados nos processos em curso na 7ª Vara Federal do RJ.
A
defesa irá recorrer da condenação e impetrará um habeas corpus para que o
referido juiz seja impedido de sentenciar nos feitos que envolvem o nome do
ex-governador."
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