O presidente Michel Temer
anunciará nesta terça-feira, em evento do MDB, sua decisão de não concorrer à
Presidência da República, e apresentará o ex-ministro da Fazenda Henrique
Meirelles como o candidato do partido, disse à Reuters uma alta fonte do governo.
Temer já vinha dando
indicações de que teria desistido da ideia de se apresentar como candidato,
mas, apesar da pressão da bancada parlamentar do MDB, que queria uma solução
rápida para a questão, parte de seu círculo mais próximo ainda queria que o
presidente esperasse para tomar uma decisão.
De acordo com uma segunda
fonte ouvida pela Reuters, havia uma esperança de que a campanha pela
comemoração dos dois anos de governo trouxesse algum fôlego a Temer nas
pesquisas eleitorais.
O presidente, no entanto,
decidiu não esperar e irá fazer o anúncio durante o encontro de apresentação do
documento "Caminho para o Futuro", uma plataforma de governo do MDB
que será apresentada na manhã desta terça-feira em Brasília, de acordo com a
primeira fonte.
Nas pesquisas eleitorais mais
recentes, Temer aparece com no máximo 2 por cento das intenções de voto.
Meirelles tem 1 por cento, mas rejeição menor que a do presidente. Segundo
levantamento Datafolha de abril, 64 por cento dos eleitores não votariam em
Temer de jeito nenhum, enquanto a rejeição ao ex-ministro é de 17 por cento.
Apesar da baixa intenção de
voto nas pesquisas, Meirelles vem afirmando que o potencial de crescimento de
sua candidatura é "enorme", porque, de acordo com o ex-ministro, ele
é pouco conhecido e, entre os que o conhecem, seu percentual de voto é
"muito alto".
Nas últimas semanas o
presidente passou a levar Meirelles para eventos públicos, como cerimônia de
entrega de residências populares, e fez elogios públicos ao ex-ministro, dando
a indicação de que ele seria o candidato presidencial do MDB.
Meirelles se filiou ao
partido no início de abril, deixando o comando do Ministério da Fazenda, com a
expectativa de se lançar como concorrente ao Planalto. O ex-ministro vinha
aguardando a decisão de Temer sobre concorrer ou não, reconhecendo que o
presidente tinha prioridade.
Em entrevista recente à
Reuters, o ex-ministro apontou que aposta na economia como solução para os
problemas do Brasil, inclusive a radicalização que divide o país, e que se vê
como um candidato que pode conversar com todos os lados, da direita à
esquerda./brasil247
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