O policial militar Wagner
Silva Araújo, 28 anos, foi assassinado com um tiro no peito na madrugada deste
sábado (16) em Feira de Santana, após reagir a um assalto que ocorria com três
pessoas - todos saíam de uma festa junina no bairro São João.
Wagner estava de folga, na
mesma festa, e também saía do local, quando viu quatro bandidos abordando dois
homens e uma mulher que estavam em um veículo Crossfox.
“Ele interviu e chegou a
trocar tiros com os bandidos, mas um deles acertou um tiro no peito que o levou
a óbito”, informou o delegado Roberto Leal, coordenador da 1ª Coordenadoria de
Polícia do Interior. Wagner era casado e deixa duas filhas, uma de 8 anos e
outra recém-nascida.
Os assaltantes fugiram
levando pertences da vítima e o carro. Até o final da manhã deste sábado (16),
os autores do crime ainda não tinham sido identificados.
Esta é a oitava morte de PM
no ano - dois estavam em serviço, cinco de de folga e um era da
reserva/reforma. Em todo o ano passado, foram 20 policiais militares assassinados.
Araújo era lotado na 67ª
Companhia Independente de Polícia militar (67ª CIPM), com atuação no Comando de
Policiamento da Região leste, e ingressou na Corporação em 2009.
Em nota, a PM declarou que
“todo o suporte e atenção à família do companheiro serão proporcionados pelo
Comando de Policiamento da Região Leste e todos os esforços já estão
mobilizados para identificar e punir os autores do crime”.
O velório do policial ocorre,
na sede da Pax Cristo Rei, bairro Ceilândia, município de Feira de Santana. Já
o sepultamento deve ocorrer por volta de 17h, no Cemitério Piedade, Praça
Matriz, também em Feira.
A Associação dos Policiais e
Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra) também lamentou a morte de Araújo e
informou que se reunirá de forma extraordinária na terça-feira que vem.
“Dessa reunião, vamos ver que
providência tomar para com este e outros casos relacionados a mortes de PMs,
que tem deixado toda a categoria muito preocupada”, disse o coordenador geral
da associação, deputado estadual Marcos Prisco (PSC).
Sétima vítima
Na madrugada do sábado
passado (9), o policial militar Gustavo Gonzaga da Silva, 44, foi morto no
final de linha do bairro Santa Cruz. Segundo informações da Polícia Militar, o
policial, que estava à paisana, passava pelo local em um veículo Onix, quando
foi cercado por indivíduos da região que efetuaram disparos de arma de fogo. O
cabo Gonzaga reagiu, mas foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
Depois da morte do PM,
Salvador e Região Metropolitana registrou uma onda de violência. A Secretaria
da Segurança Pública do Estado (SSP) abriu investigação para apurar se o
recorde de 30 pessoas assassinadas no final de semana passado foi uma
retaliação pela morte do cabo Gonzaga e do PM - também cabo - José Luiz da
Hora, 51, encontrado baleado por colegas na noite de quinta-feira (7) em São
João do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador. Ele era pastor de uma igreja
em Periperi, onde congregava há 17 anos, e não costumava andar armado, de
acordo com colegas de religião e de trabalho.
O diretor-presidente do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse que, assim como
na Bahia, no resto do Brasil as mortes de policiais ocorrem mais quando eles
estão fora do expediente de trabalho.
“É importante que as pessoas
saibam em quais condições o policial foi morto. Se foi em legítima defesa, se
estava num bico, ou se tinha envolvimento com alguma outra atividade. É preciso
mostrar pra sociedade o que o policial estava fazendo para poder pensar em
ações políticas de proteção aos próprios policiais quando eles não estão com a
farda ou na viatura”, comentou.
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