Se ele pode, eu também
posso...
Após seu partido afirmar que
não lançaria candidatura à Presidência da República, o senador Fernando Collor
(PTC-AL) voltou a falar que é pré-candidato ao Planalto. Em entrevista à rádio
Guaíba, Collor também defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
dizendo que não há prova contra o petista e que ele, mesmo preso em Curitiba,
tem o direito de gravar depoimentos para a campanha eleitoral.
“Todos sabem que eu não tenho
procuração e sequer afinidade ideológica com o ex-presidente Lula em função do
que eu vou dize. Mas… eu entendo que vêm sendo cometida enormes injustiças em
relação ao ex-presidente Lula”, disse Collor. Para ele, não há provas que o
tríplex do Guarujá, pelo qual Lula foi condenado na Lava Jato, pertence
realmente ao ex-presidente.
“Ele foi submetido a uma pena
de nove anos de detenção sem ter sido concedido a ele o direito à resposta a
uma pergunta: onde está o documento que prova que o apartamento do Guarujá é de
minha propriedade ou de alguém de minha família?”, declarou o senador.
Ele destacou que o aumento da
pena de Lula na segunda instância, para 12 anos, foi determinado sem “qualquer
fato novo”.
Collor defendeu ainda que
Lula possa se manifestar como pré-candidato e, após ser registrado no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), como candidato a presidente.
“Poderia ser dada a ele a
oportunidade de receber um advogado que grave uma declaração sua e que essa
declaração possa ser divulgada.” O senador disse não concordar, no entanto, com
a tese do PT que Lula está sendo “perseguido” apenas por ser pré-candidato à
Presidência.
“Aí já acho que é uma viagem
na maionese”, comentou. Na entrevista, o parlamentar e ex-presidente da República
fez fortes críticas à Operação Lava Jato, comparando a prática de firmar
acordos de delação premiada com tortura.
“É uma operação que ela, em
si, tem os seus bons propósitos. Acontece que a execução dessa operação foi
dada a pessoas imberbes, de calças curtas, que não têm ainda consciência da
realidade que nos cerca, que não têm a experiência necessária para ponderar e
avaliar que aquilo que chega para julgamento e, mais do que isso, que estão
atraídas pelos holofotes da mídia.”
ao Palácio do Planalto.
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