O Partido dos Trabalhadores
(PT) registrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à
Presidência da República, na tarde desta quarta-feira (15/8). A partir de
agora, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia se existe algum impedimento
para que o petista concorra nas eleições deste ano.
O registro foi apresentado
por representantes do PT, já que Lula está preso na Superintendência da Polícia
Federal, em Curitiba. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, integrou a
comitiva que seguiu até o TSE. Ela afirmou que o ex-presidente será
representado por Fernando Haddad durante a campanha. "Lula é nosso
candidato e vamos percorrer o país para apresentar suas propostas. Vamos
divulgar as ideias. Ele será representado por Fernando Haddad. Podem prendê-lo,
mas não podem impedir a circulação de suas ideias", afirmou.
A ex-presidente Dilma
Rousseff também integrou a comitiva petista. "É um absurdo que o maior
presidente deste país esteja preso, inocente, perseguido politico, só para não
participar das eleições. Apesar de tudo, estamos inteiros. Firmes e
comprometidos com o projeto de nação", disse Dilma, que sofreu o
impeachment, por decisão do Senado, em 31 de agosto de 2016.
O TSE deve divulgar nas
próximas horas o edital com o nome dos candidatos. A partir de então, será
possível que qualquer partido ou concorrente entre com pedido de indeferimento
de qualquer um das candidaturas ao Palácio do Planalto.
Lula foi condenado a 12 anos
e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por corrupção
e lavagem de dinheiro, no processo relacionado ao tríplex do Guarujá (SP). Ele
pode ser enquadrado no artigo da Lei da Ficha Limpa que proíbe a participação
na disputa eleitoral de condenados por um tribunal colegiado. Após a publicação
do edital, a defesa dos candidatos impugnados tem até cinco dias para
apresentar recurso.
O relator do caso, cujo
ministro deve ser definido ainda hoje pelo TSE, deve produzir um parecer sobre
a situação do candidato. O prazo máximo para todo o trâmite se encerra 20 dias
antes do primeiro turno das eleições, marcado para 7 de outubro. Ou seja, a
data-limite é 18 de setembro.
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Recados de Lula
Do lado de fora do TSE, cerca
de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, em sua maioria integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), protestam para que a
candidatura de Lula seja aceita pelo TSE.
A Polícia Militar fez um cordão de isolamento, em volta do prédio.
Com bandeiras, camisas e
bonés do MST, os integrantes do movimento entoam gritos de guerra em apoio ao
ex-presidente. Em um acordo com a PM, os manifestantes se comprometeram a não
usar pedaços de madeira nas bandeiras, mas a regra acabou descumprida.
Leonardo Boff fez um discurso
aos manifestantes com dois recados de Lula. Primeiro ele disse que o
ex-presidente mandou dizer que "pensam que a cadeia para ele é um castigo
". "Isso para mim é um luxo. Eu sou um sobrevivente da grande
população brasileira. Já vivi a miséria. Avise ao povo que eu sou
candidatíssimo", disse Boff.
O segundo recado foi um
"desafio". "Se (o juiz) Sérgio Moro apresentar uma única prova
que eu tenho um tríplex, aí quero ser preso. É um desafio que faço e que Moro
nunca respondeu ", narrou Boff.
A partir desta quinta-feira
(16/8), a propaganda eleitoral será permitida por meio de anúncios pagos em
veículos de comunicação de mídia imprensa. Está liberada também a campanha na
rua, com a distribuição de santinhos, na internet. A propaganda eleitoral
gratuita na TV e no rádio tem início em 31 de agosto./G1
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