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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Máfia do Gás: Vereador Ronaldo Baitakão atuou para "barrar" fiscalização sobre gás medicinal adulterado



A denúncia que deixou em pânico a sociedade teixeirense na última semana sobre uma fraude envolvendo a empresa Assis & Rodrigues Ltda., e a Prefeitura de Teixeira de Freitas, consistente na aquisição criminosa de gás medicinal adulterado que culminou em operação do Ministério Público Estadual através do Promotor George Elias Pereira em parceria com o delegado da Polícia Civil Ricardo Amaral que cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão contra o filho do empresário proprietário da empresa responsável pela fraude, começa ganhar contornos pitorescos, quando informações e documentos que comprovam que a fraude já era conhecida pela Câmara de Vereadores, e que inclusive o líder do Prefeito Temóteo Brito (PSD) na Câmara, Sr. Ronaldo Alves Cordeiro (PSC), o popular, Ronaldo Baitakão, a pedido deste, atuou preponderantemente para impedir a fiscalização dos edis sobre a denúncia que agora vem à tona na operação do MP.

No mês de fevereiro desse ano os vereadores tomaram conhecimento que havia algo muito suspeito no gás disponibilizado nas unidades de saúde, são muitos os relatos de pessoas que entraram nas unidades de saúde com pequenos problemas médicos, e após inalar o gás medicinal adulterado, vieram a óbito, e através de um requerimento realizado pelo vereador Marcos Belitardo (PHS), que solicitava na ocasião vários documentos da Prefeitura e da empresa responsável pelo fornecimento do gás, inclusive, sobre a origem do gás disponibilizado aos pacientes do município, pois, segundo o edil, o mesmo já vinha suspeitando da fraude, após, uma visita que realizou ao Hospital Municipal e viu algo suspeito, daí, realizou o requerimento que foi submetido a apreciação do plenário da Câmara.


Estranhamente o requerimento que é mecanismo comum utilizado pelos edis para iniciar uma fiscalização e geralmente são aprovados todos por unanimidade, nesse caso em especial não foi, sendo solicitado um pedido de “vista” pelo vereador Ronaldo Baitakão (PSC), o pedido de vista é utilizado pelos vereadores para retirar alguma matéria da pauta da votação da Câmara e possibilitar ao vereador que requereu mais tempo para apreciação. Embora, um simples requerimento de fiscalização documental, no entender de especialistas consultados não necessitar de um tempo adicional para sua apreciação, pois é algo rotineiro das Câmaras Municipais.


E pior, o vereador Ronaldo Baitakão (PSC), após devolver o requerimento para apreciação e votação do plenário, juntou ao mesmo um parecer de sua autoria, recomendando na qualidade de líder do prefeito Temóteo Brito (PSD) que o requerimento fosse rejeitado, para tanto, no parecer Baitakão, aduz “falsamente” que os documentos já estariam disponíveis no portal da transparência, ocorre que a solicitação do vereador Belitardo no requerimento era clara, o mesmo solicita a apresentação de nota fiscal da origem do gás medicinal, ou seja, de onde a empresa Assis e Rodrigues, adquiria esse gás, já que são poucas empresas no país que comercializa, ademais, Belitardo, solicitava na ocasião documentos acerca da regularidade da empresa fornecedora e informações acerca de cilindros encontrados na usina de oxigênio da marca OXGÀS quando o mesmo esteve fiscalizando in loco.

E quanto a essas solicitações realizadas pelo edil, os documentos ao contrário do que foi afirmado por Baitakão, não encontram-se no portal de transparência, que resume-se, a documentos dos processos licitatórios e documentos dos processos de pagamentos.

Sendo assim, com esse frágil e até inverídico argumento o Vereador Ronaldo Baitakão, solicitou na qualidade de líder do prefeito que o requerimento formulado pelo vereador Marcos Belitardo (PHS) para fiscalizar o gás medicinal disponibilizado nas unidades de saúde, fosse rejeitado pelo plenário da Câmara de Vereadores, e após votação, a maioria dos vereadores da Câmara Municipal optou por seguir a orientação do líder do prefeito Temóteo Brito e rejeitaram o requerimento de fiscalização do gás medicinal, que agora descobre-se que era adulterado.

Nossa reportagem, está levantando quais foram os edis que votaram contra a fiscalização do gás medicinal. Muitas mortes poderiam ter sido evitadas se o requerimento posto em votação no mês de fevereiro do presente ano fosse aprovado e constatado com isso a fraude.


Outra pergunta que a sociedade faz é o porquê dos vereadores não terem aprovado o requerimento, tendo em vista que a crise na saúde pública de Teixeira de Freitas se arrasta desde 2017?/Blog A Hora é Agora

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