O candidato à Presidência
Jair Bolsonaro (PSL) publicou na tarde desta sexta-feira (7) duas mensagens no
Twitter. Na primeira, ele diz: "Estou bem e me recuperando!" Na
sequência, ele escreveu: "Agradeço do fundo do meu coração a Deus, minha
esposa e filhos, que estão ao meu lado, aos médicos que cuidam de mim e que são
essenciais para que eu pudesse continuar com vocês aqui na terra, e a todos
pelo apoio e orações!"
O presidenciável está
internado desde a manhã de hoje no Hospital Israelita Albert Einstein, em São
Paulo, onde se recupera da facada no abdômen que recebeu durante ato de
campanha ontem, em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro foi internado na
manhã desta sexta no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. A
transferência de Bolsonaro da Santa Casa de Juiz de Fora para o centro médico
da capital paulista foi decidida pela família após médicos avaliarem o estado
de saúde dele como "extremamente estável".
A cúpula do Einstein
considerou que a transferência correu bem. Os principais riscos que serão
monitorados são o de pneumonia - porque o candidato ficou muito tempo em choque
e perdeu cerca de dois litros de sangue - e o de infecção - por causa do
vazamento de massa fecal na cavidade abdominal.
A previsão do período de
internação é de sete a dez dias. A retomada das atividades só deve ocorrer em
20 dias. Boletim médico divulgado às 14h20 desta sexta diz que Bolsonaro passou
por exames e está em boas condições clínicas.
Mais cedo, outro boletim do
hospital informava que Bolsonaro deu entrada às 10h43 no Albert Einstein e foi
levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O candidato “passará por exames e
uma avaliação médica realizada por equipe multidisciplinar”, dizia o boletim,
assinado pelo diretor superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo.
Apoiadores do candidato
ficaram na porta do hospital aguardando a chegada da ambulância. “Eu amo ele”,
disse a professora Luci do Vale Rocha, de 60 anos. Acompanhada da amiga Valeria
de Oliveira, aposentada de 71 anos, ela vestia camiseta com foto de Bolsonaro e
carregava uma bandeira do Brasil.
Pós-operatório
Bolsonaro estava internado na
Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde passou por uma cirurgia após
o ataque (entenda o procedimento ao final da reportagem).
O médico do Albert Einstein
que foi a Juiz de Fora e o acompanhou durante o voo, o gastroenterologista
Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, gravou um vídeo em que elogiou a equipe da
Santa Casa.
“Chegando lá, encontrei o
candidato excelentemente atendido pela equipe do doutor Eduardo, da UTI, que
devem ser parabenizados. Uma cirurgia muito bem feita, de alta complexidade,
pelo doutor Luiz Henrique, brilhante cirurgião de Juiz de Fora. Ou seja, um
tratamento perfeito”, disse.
“O deputado já estava
acordando, já estava bem consciente, ele recebeu pouca transfusão de sangue em
função do grave sangramento que ele teve. E hoje, apresentando melhora, nós
optamos, juntamente com a equipe de Juiz de Fora, trazê-lo para cá e vamos
continuar o tratamento dele no Hospital Israelita Albert Einstein”,
acrescentou.
Segundo médicos ouvidos pela
reportagem, o candidato está "extremamente estável", e não havia
risco para a transferência. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu pela
internação no Einstein.
Em um vídeo gravado na Santa
Casa de Juiz de Fora e divulgado pelo site "O Antagonista" e nas
redes sociais pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca fez mal a
ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral.
"Até o momento, Deus
quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos.
Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau
assim? Nunca fiz mal a ninguém."
Agressor preso
No momento em que foi
esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores de Juiz de Fora na
região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado
pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos.
O agressor foi preso na
delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime. Ele foi
transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de
Juiz de Fora por volta das 2h30. A PF investiga a participação de um segundo
suspeito no ataque ao candidato.
O advogado de Adélio, Pedro
Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que
ele agiu por "motivações religiosas, de cunho político". "Ele
não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar", disse
Possa.
O agressor é formado em
pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas
Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em
2013 por lesão corporal.
A executiva do PSOL em Minas
Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou
nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.
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