Denúncia: criança de 13 anos relata drama de exploração sexual em Itupeva

Ela que botava o valor. Ela falava que era pra mim ficar com os homens pra ganhar dinheiro pra ela pagar aluguel, água, feira e fralda pros meninos dela.”

Trata-se de um trecho do depoimento de uma menina de 13 anos, moradora de Itupeva, distrito de Medeiros Neto. Com exclusividade, a criança relatou à nossa reportagem o drama vivido na casa de uma mulher que a explorava sexualmente em troca de dinheiro.

Após uma visita do Conselho Tutelar e PETO/44ªCIPM de Medeiros Neto até a localidade, uma casa foi identificada como ponto de prostituição de menores – a matéria foi publicada anteriormente neste site. Na ocasião, três menores de seis anos foram encontradas sozinhas na residência.

Acessar para reler o texto é só você clicar no título da matéria: Conselho Tutelar e PETO atuam juntos para coibirem crimes contra criança e adolescente em Itupeva

Com a informação, nossa reportagem esteve na comunidade após dois dias de investigação e conseguiu localizar a menor, de 13 anos, que contou sobre os episódios de abuso sexual e pedofilia que sofria em situação caracterizada como de cárcere privado.

Segundo a criança, os abusos aconteciam geralmente aos fins de semana. Ela ficava com um homem por noite – o que ocorreu cerca de cinco vezes. A dona da casa estipulava uma ‘taxa’ variante. Alguns homens pagavam 100 reais, outros, 30; o dinheiro era revertido em feira, contas de água e luz e até fraldas. Entre os abusadores, um senhor de 80 anos.

A menina conta ainda que, ao terminar o programa, se sentia mal. Ela fazia por medo. A mulher a chantageava e ameaçava – se não fizesse o que ela pedia, poderia ser expulsa ou apanhar. A criança se via convencida e não se colocava contra os pedidos.

Uma outra garota também era abusada, mas não em troca de dinheiro.

A conversa com a reportagem foi gravada e a vítima disse que poderia reafirmar tudo à Polícia Civil. O áudio será encaminhado para a delegacia de Medeiros Neto e para a Promotoria do Ministério Público. O Medeiros Dia Dia acompanha o caso./Medeiros Dia Dia