O pedido de habeas corpus
feito pela defesa do ex-presidente Michel Temer (MDB) ao STJ (Superior Tribunal
de Justiça) será julgado na próxima terça-feira (14) pela Sexta Turma da corte,
em sessão marcada para as 14h.
Na ocasião, os cinco
ministros do colegiado deverão analisar o pedido de liminar (decisão
provisória) formulado pelos advogados de Temer, que sustentam que a prisão é
desnecessária e não tem fundamentos. A Sexta Turma é uma das responsáveis por
julgar processos criminais no STJ.
O relator do habeas corpus,
ministro Antonio Saldanha, decidiu remeter o caso ao colegiado em vez de
deliberar sozinho sobre o pedido de soltura. Além de Saldanha, compõem a turma
os ministros Laurita Vaz, Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti e Nefi
Cordeiro, que preside o colegiado.
Saldanha foi escolhido para
ser o relator do caso de Temer porque já analisou outros pedidos de soltura
relacionados à operação Radioatividade, deflagrada no Rio em 2016, que também
apurou contratos de Angra 3.
Temer se apresentou à Polícia
Federal em São Paulo por volta das 15h desta quinta-feira (9), depois que o
TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) determinou que ele voltasse à
prisão.
O TRF-2 decidiu, por 2 votos
a 1, que o ex-presidente ficará preso em São Paulo, em uma sala improvisada na
Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste da cidade. A defesa,
contudo, quer que ele seja deslocado para uma unidade que tenha uma "sala
de estado maior", mais adequada para autoridades como ex-presidentes. Uma
opção é o quartel-general da Polícia Militar de São Paulo, no centro.
Em março, o ex-presidente foi
preso por ordem do juiz federal do Rio Marcelo Bretas, que atendeu a um pedido
da força-tarefa da Lava Jato no estado. A prisão foi revogada dias depois pelo
juiz federal Ivan Athié, do TRF-2.
Segundo o Ministério Público
Federal, Temer é suspeito de chefiar uma quadrilha criminosa que, por cerca de
40 anos, recebeu vantagens indevidas por meio de contratos envolvendo estatais
e órgãos públicos.
O foco principal da
investigação foi um contrato firmado entre a estatal Eletronuclear, responsável
pelas obras da usina de Angra 3, e as empresas Argeplan -do amigo de Temer,
coronel João Baptista Lima Filho-, AF Consult e Engevix.
A Justiça também determinou
que o coronel Lima, suspeito de ser operador financeiro de Temer, volte à
prisão. Lima, que é policial militar aposentado, irá para uma unidade prisional
da Polícia Militar paulista.
Além da investigação no Rio,
Temer é alvo de outros oito procedimentos -em seis deles ele é réu. A situação
se agravou depois que ele deixou a Presidência da República, em 1º de janeiro,
e perdeu o foro especial perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
Se o STJ negar o habeas
corpus a Temer, a defesa poderá recorrer ao Supremo. Na corte, não há consenso
sobre quem será o relator do eventual pedido de liberdade. A relatoria só será
definida quando o processo chegar ao tribunal.
No entanto, são cogitadas nos
bastidores algumas possibilidades, como sorteio entre todos os ministros,
distribuição para Edson Fachin (que herdou de Teori Zavascki casos da
Radioatividade), Luís Roberto Barroso (que relatou o inquérito dos portos) ou
Gilmar Mendes (relator da Calicute, outra operação do Rio).
Caminhos do habeas corpus de
Temer
No STJ
- Distribuído para relatoria
do ministro Antonio Saldanha Palheiro, que já tinha sido relator de pedidos de
soltura da operação Radioatividade, deflagrada no Rio
- Em vez de decidir sozinho
sobre o pedido de liminar, Saldanha decidiu levar o caso à Sexta Turma do STJ,
composta por cinco ministros
- Julgamento no colegiado
será na próxima terça (14), em sessão marcada para as 14h
No STF
- Se habeas corpus for negado
no STJ, defesa pode ir ao Supremo
- Relator na corte só será
definido quando pedido chegar. No entanto, são cogitadas algumas
possibilidades, como sorteio entre todos os ministros, distribuição para Edson
Fachin (que herdou de Teori Zavascki casos da Radioatividade), Luís Roberto
Barroso (que relatou o inquérito dos portos) ou Gilmar Mendes (relator da
Calicute, outra operação do Rio)/bnews
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