O presidente Jair Bolsonaro
comunicou o ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta quinta-feira (23) que
pretende trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício
Valeixo.
Bolsonaro informou o ministro
que a mudança deve ocorrer nos próximos dias. Moro então pediu demissão do
cargo, e Bolsonaro tentar reverter a decisão.
Valeiro foi escolhido por
Moro para o cargo. O atual diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava
Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O
presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.
Moro topou largar a carreira
de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para
virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras
coisas, por estar "cansado de tomar bola nas costas".
Tomou posse com o discurso de
que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu,
porém, acumula recuos e derrotas.
Sob o comando de Moro, a
Polícia Federal viveu clima de instabilidade no ano passado, quando Bolsonaro
anunciou uma troca no comando da superintendência do órgão no Rio e ameaçou
trocar o diretor-geral.
No meio da polêmica, o
presidente chegou a citar um delegado que assumiria a chefia do Rio, mas foi
rebatido pela Polícia Federal, que divulgou outro nome, o de Carlos Henrique de
Oliveira, da confiança da atual gestão. Após meses de turbulência, o delegado
assumiu o cargo de superintendente, em dezembro.
No fim de janeiro, o
presidente colocou de volta o assunto na mesa, quando incentivou um movimento
que pedia a recriação do Ministério da Segurança Pública. Isso poderia impactar
diretamente a polícia, que poderia ser desligada da pasta da Justiça e ficaria,
portanto, sob responsabilidade de outro ministro.
Bolsonaro depois voltou atrás
e disse que a chance de uma mudança nesse sentido era zero, ao menos neste
momento./bnews
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