Depois de quase um mês sem
ministro da Educação e de diversas polêmicas envolvendo nomes visados para o
cargo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um novo nome para a pasta: o
professor e pastor da Igreja Presbiteriana Milton Ribeiro. Teólogo e advogado, Ribeiro
é ex-vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Nomeado na sexta (10) como
novo ministro pouco depois do anúncio via redes sociais, Ribeiro já fazia parte
do governo: é membro da Comissão de Ética Pública ligada à Presidência desde
junho. Se nomeado formalmente, será o quarto ministro da Educação em um ano e
meio de governo Bolsonaro.
O primeiro, Ricardo Vélez
Rodríguez, deixou o cargo em abril após uma gestão marcada por crises e
polêmicas , sendo a última uma entrevista em que afirmou pretendia mudar a
forma como o golpe de 1964 e a ditadura militar são retratados nos livros
didáticos.
Velez foi substituído por
Abraham Weintraub, que se tornou um dos ministros mais beligerantes do governo
e acabou saindo em meio a tensões com o Supremo Tribunal Federal, após ser
gravado se referindo aos ministros do STF como vagabundos. "Por mim botava
esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF", disse em reunião
ministerial.
- Indiquei o Professor Milton
Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação.
- Doutor em Educação pela
USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em
Direito e Teologia.
- Desde maio de 2019, é
membro da Comissão de Ética da Presidência da República.
Ribeiro foi escolhido após a
saída do terceiro ministro, Carlos Alberto Decotelli, que foi nomeado mas não
chegou a assumir devido a um crescente mal-estar causado por uma série de
informações falsas descobertas em seu currículo.
A pasta não informou quando
será sua cerimônia de posse.
Apoiado por evangélicos
Com graduação em teologia e
doutorado em educação pela USP (Universidade de São Paulo), Ribeiro foi
ex-vice-reitor do Mackenzie e consta em seu currículo lattes que chegou a atuar
como reitor em exercício.
Ribeiro, que continua ligado
à universidade, tem a indicação apoiada por entidades evangélicas como a
Anajure (Associação dos Juristas Evangélicos).
"Tem um perfil que
gostamos porque ao mesmo tempo em que tem sólidos valores morais, é um técnico com
bastante experiência, e tem doutorado na área", diz Uziel Santana,
presidente da Anajure.
Santana diz que "a
vocação pastoral de Ribeiro facilita com que ele saiba dialogar e
compreender" e refuta preocupações de que um ministro da Educação pastor
vá empurrar uma agenda evangélica na educação ou ser intolerante com outras
religiões.
"Movimentos minoritários
vão se surpreender com a capacidade de diálogo dele. Ele é presidente dentro do
Mackenzie da comissão de liberdade religiosa e é uma pessoa de diálogo, faz um
excelente trabalho", opina Santana.
Além de teólogo e pastor com
especialização em antigo testamento, Ribeiro também é diretor da instituição
que cuida da relação da Igreja Presbiteriana do Brasil com a mídia, a Luz para
o Caminho, segundo seu currículo Lattes./bbc
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