Os testes da vacina contra o
novo coronavírus, a Coronavac - em desenvolvimento pelo Instituto Butantan em
parceria com a chinesa Sinovac -, vão começar a ser realizados a partir do dia
20 de julho com voluntários no Brasil. No dia 3 de julho, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fase de testes clínicos.
Em entrevista para o Jornal
Hoje, da TV Globo, nesta quinta-feira (09), o diretor de pesquisa do Instituto
Butantan, Ricardo Palacios, afirmou que a Sinovac na China já está produzindo
lotes de "vacina a risco", ou seja, ainda sem saber o resultado se,
de fato, ela será aprovada nos últimos testes ou não.
Segundo Palacios, isso é
necessário para acelerar a distribuição assim que a vacina for aprovada.
"A gente está fazendo todos os esforços possíveis para que a gente tenha a
resposta ainda esse ano", disse.
Em outra entrevista, dessa
vez para a CNN, Palacios contou que vacina produzida por laboratório chinês e
com parceria da instituição brasileira, é "muito promissora" contra a
Covid-19, e que, nas fases 1 e 2, realizadas na China,mais de 90% das pessoas
que receberam as duas doses criaram anticorpos que são capazes de neutralizar o
novo coronavírus.
De acordo com Palácios, os primeiros anticorpos contra a doença
aparecem cerca de um mês após a vacinação completa. As duas doses têm intervalo
de 14 dias. Catorze dias após a segunda, a pessoa já demonstra ter anticorpos
neutralizantes para o vírus, então seriam 28 dias no total", explicou.
INSCRIÇÕES ABERTAS NA SEGUNDA
(13)
Na próxima segunda-feira
(13), segundo o governador de São Paulo, João Doria, estarão abertas as
inscrições para selecionar os 9 mil profissionais voluntários da Saúde que
participarão dos testes a serem realizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.
De acordo com o diretor do
Instituto Butantan, Dimas Covas, até o fim do ano, a fábrica da Sinovac terá
capacidade de produzir entre 300 e 500 milhões de doses.
"No mundo, são 136
vacinas em desenvolvimento, 12 em estudos clínicos e apenas três estão na
terceira fase (de testes clínicos), incluindo a do Butantan Sinovac",
afirmou Covas.
A SINOVAC
A chinesa SinoVac está
iniciando os testes da fase 3 de sua potencial vacina contra o novo
coronavírus, tornando-se uma das três empresas a avançar aos estágios finais da
corrida para desenvolver uma imunização contra a doença.
Sobre a posição dos ensaios
realizados com candidatas a vacina em todo o mundo, o documento mais recente da
Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nessa segunda-feira, informou que
a SinoVac está na fase 3.
A vacina experimental para
covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de
Oxford e que já está sendo testada no Brasil, em estudo liderado pela
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e a da Sinopharm são as outras
candidatas em fase 3, o estágio final.
Os ensaios de fase 1 e fase 2
normalmente testam a segurança de um medicamento antes de entrar nos de fase 3,
que testam sua eficácia.
Existem 19 ensaios de vacinas
em avaliação clínica, e centenas estão sendo desenvolvidas e testadas em todo o
mundo para conter a pandemia de covid-19, doença respiratória que já matou
milhares de pessoas e devastou a economia global.
Nenhuma vacina foi aprovada
ainda para uso comercial. Uma análise do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, no ano passado, constatou que cerca de uma em cada três vacinas,
no primeiro estágio dos testes, é aprovada posteriormente./Jornal Hoje, CNN
Agência Brasil
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