O presidente Jair Bolsonaro
deve anunciar o novo ministro da Educação nesta sexta-feira (10). O cargo está
vago desde a semana passada, quando a nomeação de Carlos Alberto Decotelli foi
revogada, sem que ele tivesse tomado posse, depois de uma série de inconsistências
curriculares terem vindo à tona. O perfil desejado pelo presidente é de um
pessoa "conciliadora" e que "promova o diálogo".
"Temos que ter uma
pessoa que promova o diálogo, o que não é fácil, com todas as esferas da
educação. Essa é nossa vontade, ter uma pessoa lá [que seja]
conciliadora", afirmou durante a live semanal, transmitida pelas redes
sociais. Segundo o presidente, ele manteve conversa com "cinco ou
seis" candidatos, nos últimos dias. "Então, a gente espera amanhã
resolver essa questão aí do Ministério da Educação, que é um ministério muito
importante", acrescentou. O novo ministro da Educação será o quarto no
cargo desde o início do governo, em 2019.
Vetos a indígenas
Durante a live, Bolsonaro
afirmou que não há recursos disponíveis para medidas prevenção à disseminação
do novo coronavírus voltadas à indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e
comunidades tradicionais e que por isso vetou alguns dispositivos da Lei nº
14.021/2020, sancionada por ele ontem (8).
O texto cria o Plano
Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, coordenado
pela União, para assegurar o acesso às ações e aos serviços de prevenção e
tratamento de covid-19, com a participação efetiva dos povos indígenas por meio
de suas entidades representativas.
"Quando o Congresso
apresenta um projeto e ele cria despesa para nós, ele precisa dizer onde está a
fonte de recursos. Tinha artigos que mandava eu fornecer EPIs [equipamentos de
proteção individual] para quilombolas, comunidades indígenas, um montão de categorias,
vamos assim dizer, que não tem recurso para isso. Agora, se eu sancionar, nós
temos a obrigação de cumrprir. E, se não tem recurso, vai arranjar dinheiro de
onde? É uma lei completamente inócua. Agora, se o Congresso quiser derrubar o
veto, o Parlamento pode derrubar o veto. Se for o caso, a gente entra na
Justiça arguindo inconstitucionalidade ou inadequação financeira",
afirmou.
Ao todo, o presidente da
República vetou 16 dispositivos da medida aprovada no Congresso Nacional no mês
passado. Entre os trechos vetados está o que garantia o acesso à água potável e
distribuição gratuita de materiais de higiene, de limpeza e de desinfecção para
as comunidades indígenas. Pela nova lei, será ofertado acompanhamento
diferenciado nos casos de média e alta complexidade, nos centros urbanos, com a
construção de hospitais de campanha nos municípios próximos às aldeias,
contratação emergencial de profissionais de saúde e disponibilização de
ambulâncias para transporte, seja fluvial, terrestre ou aéreo.
O presidente, entretanto,
vetou a oferta emergencial de leitos hospitalares e de unidade de terapia
intensiva (UTI) aos indígenas e aquisição de ventiladores e de máquinas de
oxigenação sanguínea./bnews
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