Nesta manhã de primavera, com outubro quase chegando, Alessandra Amaral Moraes, aos 19 anos, se despediu de nós e de tudo que mais amava, o vôlei. Hoje ela deixa o time, solta a bola e segue em paz.
Neste instante volto para escrever o fim da história que iniciei em julho. Mais uma vez o chá de camomila serve para equilibrar os sentimentos e o fundo musical de Richard Clayderman ajuda a colocar reticências na história dessa bela garota porque, sinceramente, a morte dela não pode ser entendida como um ponto final.
Sou daquelas pessoas que insistem em acreditar que a alegria dessa menina, que adorava a vida e o vôlei, não terminou. Ficam a ternura do sorriso, a coragem de lutar e a certeza interminável de que nunca devemos desistir.
Em nós existe uma visão limitada de ser humano e a gente, muitas vezes, embrulhados na tristeza da ausência, não consegue imaginar a paz de alguém que descansa em Deus.
A gente agora fica surpreso e atônito diante da despedida porque dar adeus implica levar Alessandra até os portões do paraíso.
Hoje, no escritório, acompanhado de uma brisa suave que entra pela janela, este cronista lembra os versos de um louvor de Delino Marçal:
Se Deus fizer, Ele é Deus
Se não fizer, Ele é Deus
Se a porta abrir, Ele é Deus
Mas se fechar, continua sendo Deus
Então aquieto o coração e a alma cansados da luta para imortalizar essa história de interrogações, exclamações, aspas e reticências para que Deus possa continuar a eternidade, que é somente Dele.
Alessandra me agradeceu pelas reportagens que fiz e hoje agradeço a ela por ter me ensinado mais sobre fé e gratidão. Mas, confesso, não tenho coragem de rever os vídeos e os áudios que, no fim do inverno, ela me enviou.
E nos contentamos com a certeza de que, na manhã desta quarta-feira, dia 30 de setembro, Alessandra saudou o verdadeiro dono da quadra, da bola e da vida.
De acordo com a família o
translado do corpo já está sendo providenciado para a cidade de Itanhém, onde
ocorrerá velório e sepultamento./aguapretanews
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