Uma operação policial na comunidade carioca do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 25 pessoas mortas nesta 5ª feira (6.mai). Segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi a ação policial com mais mortes na história do estado.
O Grupo de Estudos caracteriza a operação como chacina. E aponta que, além de ser a que mais registrou mortes, a quantidade de óbitos é quase o dobro do registrado em operações policiais dos últimos 14 anos. Segundo o grupo da UFF, a última ação policial que registrou um número tão grande de mortes foi a operação no Complexo do Alemão, em junho de 2007. À época, 19 pessoas morreram.
Segundo o grupo de estudos, a segunda operação com mais mortes ocorreu em janeiro de 1998, em Duque de Caxias, com 23 óbitos. Confira o levantamento divulgado pelo Geni de operações no estado:
25 mortos – Jacarezinho –
mai/2021
23 mortos – Duque de Caxias –
jan/1998
19 mortos – Alemão – jun/2007
15 mortos – Senador Camará –
jan/2003
14 mortos – Alemão – jul/1994
13 mortos – Alemão – mai/1995
13 mortos – Vidigal –
jul/2006
13 mortos – Catumbi – abr/
2007
12 mortos – Vila Isabel –
out/2009
12 mortos – Niterói – Barreto
– set/2010
12 mortos – Alemão – mai/2020
A Polícia Civil divulgou que a operação, que começou às 6h, tratava-se de uma ação contra o tráfico de drogas. A identidade dos mortos não foi divulgada. A corporação defende que 24 deles eram traficantes que não quiseram se entregar à polícia. Um policial, André Farias, também morreu após ser baleado na cabeça.
Em redes sociais, moradores da comunidade divulgaram que o confronto ocorreu por ao menos 7 horas. Durante a manhã, houve um intenso tiroteio. Duas pessoas que estavam no metrô do Rio de Janeiro ficaram feridas.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta tarde pela Polícia Civil, representantes da corporação negaram ter ocorrido execuções no Jacarezinho. E que, apenas o policial André Farias foi executado.
O subsecretário operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira, também afirmou que há um “ativismo judicial”, e que há necessidade de confronto para combater o tráfico de drogas. “Pseudo entendidos de segurança pública criaram uma lógica de que, quanto mais inteligência, menor o confronto. Não funciona assim”, disse.
Em outro momento, o delegado
também afirmou que não houve erros ou excessos na operação. “A Polícia Civil
não vai se furtar de fazer com que a sociedade de bem tenha seu direito de ir e
vir garantido”. Oliveira também afirmou que a operação seguiu os protocolos e
foi baseada em “10 meses de investigação”./SBT NEWS
Nenhum comentário:
Postar um comentário