Salvador se prepara para a
festa do bicentenário da Independência do Brasil na Bahia
Salvador vai comemorar o domingo, dia 2 de julho, os 200 anos da Independência do Brasil na Bahia. A data marca a expulsão dos portugueses, e, ainda hoje, é desconhecida por muitos brasileiros.
A estátua de um soldado
tocando uma corneta marca uma esquina em Ipanema, no Rio de Janeiro. Mas, na
agitação da grande cidade, poucos sabem o significado dela.
“Já tinha visto, mas não sei da história”, diz a enfermeira Gleice Gomes.
“Não tenho a mínima ideia do que representa essa estátua”, afirma o mestre de obras João Florido.
O corneteiro Luís: um soldado português que teria sido um herói inusitado na luta pela Independência do Brasil. A estátua fica na esquina das ruas Garcia D’Ávila e Visconde de Pirajá, que se ligam às ruas Maria Quitéria, Joana Angélica, Barão da Torre e Barão de Jaguaribe.
Essas ruas levam o nome de heróis que se destacaram na luta pela independência. Uma história que está fora da maioria dos livros didáticos. Poucos brasileiros sabem que a expulsão dos portugueses foi conquistada com sangue em uma guerra que começou bem antes do 7 setembro, na Bahia.
Era fevereiro de 1822, quando a madre Joana Angélica foi morta ao tentar impedir que soldados portugueses invadissem o claustro do Convento da Lapa, em Salvador, à procura de baianos rebelados contra Portugal.
“Depois desse episódio do assassinato da madre Joana Angélica, as pessoas de Salvador, a elite baiana, tenta conseguir organizar uma resistência e termina que é impedida, e esta elite foge para o Recôncavo. Daí Salvador é sitiada, aprisionada pelas tropas portuguesas.
Então, todas as vilas do Recôncavo passam a se declarar contra esse aprisionamento de Salvador e contra a ideia de Portugal, do governo de Portugal, tornar o Brasil novamente uma colônia”, conta o historiador Jaime Nascimento.
Foi quando o povo se uniu para começar uma batalha contra o Exército português, que só terminou no dia 2 de julho de 1823, com a saída das tropas portuguesas da Bahia.
A cidade de Cachoeira, no Recôncavo, foi quartel general do Exército Libertador, que chegou a ter 13 mil combatentes. E é de Cachoeira que todo 30 de junho sai a chama da liberdade para percorrer locais estratégicos da batalha. O fogo simbólico representa a união e a bravura do povo pela liberdade.
“É uma festa maravilhosa, linda demais e estou passando isso para o neto”, vibra a artesã Nancyele Batista.
“Há anos que eu venho aqui, acompanho, e é a história viva. É uma viagem no túnel do tempo, e me sinto como se estivesse lá”, conta o historiador Humberto Miranda./ g1
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