Golpes de falso sequestro não apenas ocorrem em grandes centros. Nesta sexta-feira (11), por volta das 14h30, uma dona de casa, de 57 anos, semianalfabeta, que mora na cidade de Itanhém e que pediu para não ter seu nome revelado, recebeu uma ligação restrita dando conta de que sua sobrinha havia sido sequestrada.
Os bandidos do outro lado do celular pediram que fosse feito um depósito no valor de R$ 10 mil para que a sequestrada fosse liberada com vida. “Ele pediu que minha mãe não contasse nada pra ninguém, se não matariam minha prima”, contou a filha da senhora que caiu no golpe, que também pediu para se manter no anonimato.
Durante a conversa com o golpista a dona de casa disse que só tinha R$ 400, quando foi orientada a fazer o deposito desse valor. Quando a filha da dona de casa ficou sabendo do golpe o depósito, em dinheiro, já havia sido feito na Casa Lotérica, na conta de Cris Silva Glolio, às 14h54min17.
Durante a conversa com o golpista a dona de casa disse que só tinha R$ 400, quando foi orientada a fazer o deposito desse valor. Quando a filha da dona de casa ficou sabendo do golpe o depósito, em dinheiro, já havia sido feito na Casa Lotérica, na conta de Cris Silva Glolio, às 14h54min17.
Recentemente, em Medeiros Neto, por pouco uma moradora do bairro Uldurico Pinto não caiu no golpe, que os bandidos tentaram aplicar via mensagem no celular. O comandante da 44ª Companhia Independente de Polícia Militar, major Róbson Lopes Calmon também recebeu torpedo de bandidos mas, de imediato, percebeu que se tratava de um golpe.
Evite o golpe
Este golpe faz parte da safra de "novos" golpes tipicamente brasileiros, que desfrutam peculiaridades sociais e econômicas do país e são organizados sobretudo por presos ou facções criminosas. O golpe sinteticamente funciona assim, os criminosos ligam para a vítima contando que um familiar dela foi sequestrado e que, se não for depositada uma quantia (normalmente entre 2 mil e 10 mil R$) imediatamente, será ferido ou morto. Em alguns casos os golpistas solicitam também o fornecimento de um certo número de códigos de cartões de recarga para celulares pré-pagos (servem para os presos se comunicarem desde os presídios).
A performance teatral dos golpistas muitas vezes inclui gritos no fundo do telefonema e fornecimento de detalhes da pessoa supostamente sequestrada para assustar e convencer o interlocutor a pagar rapidamente.
Técnicas de "engenharia social" são também usadas pelas quadrilhas mais evoluídas e estruturadas.
Na realidade o tal membro da família não foi sequestrado, mas provavelmente recebeu logo antes um telefonema de alguém que com alguma desculpa (participação num concurso ou programa televisivo, sorteio, cadastramentos de algum tipo, suposta clonagem de cartões de crédito ou celular etc.) conseguiu obter várias informações pessoais (que foram usadas depois pra convencer os parentes que a pessoa foi mesmo sequestrada), inclusive o telefone do familiar vítima que irá receber as ameaças.
Muitas vezes ficam ligando direto no número do suposto sequestrado para mantê-lo ocupado de forma que não seja possível para os familiares fazer contato e verificar se está mesmo sequestrado. Em outra variante os golpistas ligam antes para o celular do suposto sequestrado e, dizendo ser da companhia telefônica e com a desculpa de fazer controles contra clonagem ou algo do tipo, solicitam que deixe o telefone desligado por 1 ou 2 horas (além de coletar informações como descrito acima).
Nestes casos ganhe tempo, verifique através de outros números onde está a pessoa supostamente sequestrada. use qualquer recurso para conseguir falar com ela. Se necessário desligue na cara dos golpistas logo no início da conversa (para deixar a linha disponível para você tentar contatar a pessoa), depois poderá sempre dizer que caiu a linha. Descobrirá que a pessoa não é sequestrada e que está muito bem.
Não se deixe amedrontar pelas ameaças e leve em conta que, quando os golpistas disserem que não pode desligar, é exatamente porque não querem que você tenha a chance de verificar o que eles afirmam pois, assim, descobriria que não houve sequestro algum. De forma geral, durante a conversa, nunca forneça ou confirme qualquer dado seu ou de seus familiares, quais endereços, local de trabalho etc. Se forem verdadeiros sequestradores já saberão tudo, se não forem é melhor não muni-los de informações sobre você e sua família.
Uma vez verificado que é golpe, o conselho é que ligue para a polícia denunciando o fato (inclusive o número de origem da ligação, sempre um celular) e deixando eles tomarem as medidas cabíveis.
Não atenda nunca mais telefonemas vindo daquele número, em hipótese alguma. Lembre-se que estará tratando com criminosos e presidiários sem muitos escrúpulos./Radar58
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