SÃO PAULO (Reuters) - A Justiça Federal do Paraná condenou nesta terça-feira o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró a 5 anos de prisão em regime inicial fechado por lavagem de dinheiro na compra de um imóvel que, segundo a sentença, foi adquirido com recursos de propina quando atuava como executivo da estatal.
A sentença também determina o confisco do imóvel, localizado no Rio de Janeiro, e seu leilão, para que os recursos da venda da propriedade sejam destinados à Petrobras e o pagamento de multa pelo ex-diretor da estatal, que está preso acusado de envolvimento no esquema de corrupção na empresa.
"O imóvel foi adquirido com recursos provenientes de pagamentos de vantagens indevidas recebidas por Nestor Cuñat Cerveró nos contratos conduzidos sob sua responsabilidade como Diretor Internacional da Petrobras", afirma a sentença.
"Condeno Nestor Cuñat Cerveró pelo crime de lavagem consistente na aquisição, com ocultação e dissimulação da titularidade, origem e natureza dos recursos criminosos empregados, do imóvel."
A defesa do ex-diretor informou que irá recorrer ao Tribunal Regional Federal e questionou a rapidez da decisão, que teria sido proferida apenas 15 horas após a apresentação dos argumentos da defesa.
"Denota-se que a decisão condenatória, pela rapidez de seu proferimento ... já estava pronta e sacramentada, aguardando, apenas, a formalização de sua entrega pela defesa, independentemente de qualquer argumento defensivo", disse o advogado Edson Ribeiro, em comentário enviado à Reuters. "Creio que devemos, no mínimo, refletir sobre esse fato."
Após a sentença, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com um recurso solicitando o aumento da pena e a interdição do ex-diretor da Petrobras para o exercício de cargo ou função nas esferas pública e privada.
A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras no qual, segundo o Ministério Público, as empreiteiras atuavam em cartel para vencer as licitações de obras da estatal e, em troca, pagavam propina a funcionários da estatal, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, a políticos e partidos./G1
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