No próximo dia 8 de julho,
completará 12 anos que o ex-prefeito de Vereda, por dois mandatos, Francisco
Silva Passos, o “Carlito Tanajura”, de 58 anos na época, foi assassinado com um
tiro na testa no interior da sua própria casa e os seus quatro acusados nunca
foram condenados. O mandante e um dos seus agenciadores chegaram a ser presos,
mas foram soltos meses depois por decisão da justiça.
O crime na ocasião foi
desvendado em 7 dias pela Polícia Civil e “vingança” foi a motivação da morte
contida no topo do inquérito policial e na tipificação do Ministério Público
Estadual. A morte foi encomendada a um pistoleiro profissional com vários
mandados de prisão em aberto pela prática de outras execuções em vários estados
brasileiros.
Conheça o caso
Na ocasião do crime o então
diretor da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil em Teixeira de Freitas,
delegado André Luiz Serra (assassinado a tiros aos 42 anos em 29 de outubro de
2009, na cidade de Ipiaú, no sudeste da Bahia), foi quem presidiu o inquérito
do caso em 2006 e conseguiu desvendar o crime em apenas 07 dias, que
aparentemente estava difícil de esclarecer.
O assassinato de Carlito
Tanajura aconteceu por volta das 19h horas de sábado do dia 08 de julho de
2006, dentro da casa do ex-prefeito no distrito de Cruzeiro do Sul, município
de Vereda. O homem que lhe matou com um único e certeiro tiro na testa, teria
tido primeiro, um bate-papo de 30 minutos com a vítima e após se distrair para
pegar um cigarro que seria oferecido ao criminoso a pedido do próprio autor,
ele levou um tiro fatal na testa
O matador era um elemento que
vinha se passando por vendedor de peixe, na intenção de desmoralizar o
ex-prefeito, que nada percebeu a pretensão do pistoleiro. Naquele sábado ele
teria chegado à casa da vítima e feito mais uma entrega de peixe para a esposa
de Carlito Tanajura, e depois o homem passou a papear com o mesmo, e até lhe
convidou para serem sócios numa peixaria. Oportunidade que resolveu lhe abater
na frente de casa com um único e certeiro tiro na cabeça, e depois o pistoleiro
fugiu numa Moto.
Francisco Silva Passos, o
“Carlito Tanajura”, de 58 anos de idade na época, foi prefeito do município de
Vereda por duas gestões seguidas, de 1997/2000 e 2001/2004. O então delegado e
saudoso André Luiz Serra que assumiu a presidência das investigações na
ocasião, conseguiu em 7 dias, desvendar o crime, prendendo, inclusive, o
mandante do crime e um dos homens que agenciou o pistoleiro.
Na época o delegado prendeu o
empresário Manoel Francisco da Mota, o “Chiquinho do Posto” ou “Chiquinho
Babão”, de 75 anos na ocasião e hoje com 87 anos, dono na época de um Posto de
Combustível na Avenida São Paulo em Teixeira de Freitas, que teria encomendado
a morte de Carlito Tanajura em vingança a desapropriação de um alqueirão de
terra do acusado feita por decreto pelo então chefe do Poder Executivo
Muniicpal Carlito Tanajura no ano de 1997 no primeiro ano do seu primeiro
mandado de prefeito no município de Vereda, no qual local seria implantado um
projeto de uma cooperativa de piscicultura que acabou não dando certo. Daí o
motivo que o pistoleiro ficava provocando a vítima com a história do peixe,
para motivar a vítima a se lembrar da sua intenção no passado quando prefeito
de implantar um projeto de piscicultura.
Após a publicação do decreto
de desapropriação em 1997, “Carlito Tanajura” passou naquela ocasião a sofrer
ameaças de Chiquinho do Posto, mais logo as intimidações sumiram. E somente 4
meses antes da sua morte ele voltou a sofrer ameaças de morte, no entanto, já
não sabia mais de quem estava partindo os telefonemas ameaçadores, até porque o
caso com Chiquinho já havia passado 09 anos.
E justamente 9 anos depois da
desapropriação, Chiquinho do Posto encomendou o crime ao seu Genro Jânio Leal,
que pagou R$ 5 mil pelo serviço, que por sua vez Jânio encomendou o assassinato
ao Agricultor Escieles Correia Pinto, o “Helinho da Farinheira”, de 49 anos na
época e com 61 anos, que também foi preso e apreendido com ele um revólver
calibre 38 marca Taurus usado no crime pelo pistoleiro, e um rifle de
repetição, além da Moto Bros vermelha, placa JQJ-1358, usada pelo matador.
O “Helinho da Farinheira”,
teria contratado o pistoleiro conhecido por Chapéu que usa dois nomes:
Gerfesson Pereira da Silva e Daniel Felix da Guarda, que na ocasião possuía
mandados de prisão expedidos pelos estados do Paraná, Santa Catarina, Espírito
Santo e Bahia também por crimes de pistolagem, e havia passado 8 anos preso em
Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, também por crime de pistolagem (terra
natal de Helinho da Farinheira) que confessou toda a trama do crime, e se
colocou realmente como o agenciador que contratou o matador de aluguel para a
empreitada.
A denúncia do promotor de
justiça Wallace Carvalho Mesquita de Barros, da comarca de Prado na ocasião, se
deu no dia 25 de outubro de 2006. Hoje o processo corre no Fórum do Poder
Judiciário de Itanhém, porque o município de Vereda, atualmente integra a
comarca de Itanhém. O crime aparentemente está esquecido e ainda não se tem
notícia do julgamento dos acusados. A justiça tem ainda 8 anos para levar os
causados à júri-popular e se a tempo não ocorrer, a impunidade pode prevalecer
com a prescrição do processo em 2026.
Conforme a denúncia do
Ministério Público Estadual apurou-se que o homicídio foi cometido por motivo
torpe, consistente no ódio, que o acusado Chiquinho do Posto nutria por Carlito
Tanajura decorrente de pretérita desapropriação da sua área de terra e por tal
razão resolveu se vingar do ex-prefeito, 9 anos depois, tendo preservado a
vingança silenciosamente e aguardado a vítima abandonar a vida pública para pôr
em prática seu plano criminoso. Tendo ainda, contado com o auxilio dos demais
para perpetrar o crime mediante o pagamento de recompensa pela consumação do
assassinato. (Por Athylla Borborema)
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