Mucuri: Na última semana o
munícipio viveu uma polêmica envolvendo a aquisição via desapropriação de 100
(cem) lotes de terrenos do loteamento Cidade Nova em Itabatan, especificamente
no setor C, quadras 174, 180, 181, 182 e 183 por parte da prefeitura municipal.
Na ocasião a prefeitura de Mucuri desapropriou junto a empresa NH
Empreendimentos e Incorporação, 100 (cem) lotes de terrenos ao custo total de
R$ 2.305.635,10 (dois milhões, trezentos e cinco mil, seiscentos e trinta e
cinco reais e dez centavos).
A polêmica tomou conta dos
bastidores da política mucuriense quando o Ministério Público questionou a
aquisição.
Daí em diante, insuflado pelo
vereador e dublê de radialista, Saullo Souza Santos (PSL), que em troca de
apoio político a família Pinto, ganhou um programa na emissora de rádio Três
Corações FM, e passou a ser conhecido no município por Saulo Cafezinho, em
alusão ao seu programa Café com Saulo, e tem utilizado do seu espaço na mídia
para se auto promover e diante da polêmica questionar sobre a aquisição do dito
terreno.
O que a sociedade mucuriense
não tem conhecimento, é que quando o terreno era o mesmo, o valor orçado era
mais do que o dobro do que foi pago, más, o prefeito da ocasião era Paulo
Alexandre Matos Griffo (PDT), o popular, Paulinho de Tixa, o vereador Saulo nunca
fez nenhum questionamento, mesmo sabendo que o prefeito Paulinho de Tixa iria
"pagar" por um lote que fica, inclusive, bem atrás do que foi
"comprado", a bagatela de R$ 4.738.000,80 (quatro milhões e
setecentos e trinta e oito mil e oitenta centavos), e tal negócio só não foi
concretizado, porque a Justiça bloqueio o dinheiro nas contas da prefeitura de
Mucuri.
Com exclusividade, o portal
Zero Hora News, teve acesso a documentação do processo administrativo,
realizado na administração de Paulinho de Tixa, que pretendia desapropriar
apenas 88 lotes, nas quadras 191, 192, 207, 208, do setor C, do mesmo
loteamento, porém, tais terrenos, ficavam em uma aréa bem mais ao fundo do
loteamento, onde os pontos de alagamentos são bem mais constantes e maiores.
Após a derrota nas urnas em
2016 do seu candidato, o então prefeito Paulinho de Tixa, as pressas em 03 de
novembro de 2016, iniciou o processo administrativo para aquisição, diga-se,
milionária dos terrenos no Cidade Nova com recursos oriundos dos precatórios da
União (antigo FUNDEF, hoje FUNDEB) referente ao processo nº 2006.
33.00.000351-7.
Para tanto, Paulinho de Tixa,
contratou a imobiliária Pádua de Teixeira de Freitas/BA, para elaborar um
parecer técnico de avaliação imobiliária. O parecer foi assinado na ocasião
pelo corretor de imóveis, Jair Camargo dos Santos. O imóvel segundo a
imobiliária Pádua estaria avaliado em R$ 4.738.000,80 (quatro milhões e
setecentos e trinta e oito mil e oitenta centavos).
Na sequência, no apagar das
luzes, antes de passar o mandato ao novo alcaide, o então prefeito Paulinho de
Tixa, em 29 de dezembro de 2016, publicou o decreto de desapropriação da dita
área no diário oficial do munícipio, dando assim, amparo legal a aquisição
milionária dos terrenos, que somente não foi concretizada, em razão do bloqueio
judicial dos recursos da prefeitura de Mucuri por parte da Justiça.
Em momento algum, o então
vereador Saulo, fez algum questionamento da aquisição milionária dos lotes por
parte do prefeito Paulinho de Tixa, diga-se, muito suspeita, primeiro pelo
valor empregado, segundo por ser no final do mandato do alcaide, que repita-se,
só não foi concluída, graças à intervenção judicial.
O Zero Hora News não esta
aqui para defender “A” ou “B”, nem fazer demagogia para defender “C” ou “D”, só
para exercer o seu papel de imprensa livre. Mesmo que desagrade alguns, não
importa!
É necessário que o cidadão e
principalmente a juventude, que está votando pela primeira vez, veja como na
política nem tudo é o que parece ser. Dois pesos e duas medidas são sempre
usados dependendo dos atores em questão.
Trata-se então de pura
hipocrisia. A contradição é clara. O vereador Saulo, o do cafezinho, só quer
investigar uma questão quando lhe interessa do ponto de vista eleitoral.
Num país onde integrantes do
Legislativo agem com dois pesos e duas medidas, de forma tendenciosa de acordo
interesses próprios, podemos dizer que vivemos numa real democracia? Refletir,
buscar a verdade por traz dos fatos, e lutar por mudanças são apenas alguns dos
passos a serem trilhados num caminho ainda bastante longo a percorrer.
Cada dia fica-me mais claro
que a melhor definição, mesmo que seja por um exemplo, sobre o que é hipocrisia
política, é aquela que nos foi deixada por Renato Russo. O líder da banda
Legião Urbana assim cantava (e hoje nós ainda repetimos, como se fosse uma
mantra sagrado): Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro
da Nação. Logo após, vem a derradeira pergunta: Que país é esse?/Zero Hora News
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