Dias Toffoli acaba de votar
com o relator, Edson Fachin, para condenar Nelson Meurer por corrupção passiva
e lavagem de dinheiro. Com isso, já há maioria pela condenação na Segunda Turma
do STF. A informação é do Antagonista.
O deputado do PP paranaense é
o primeiro político com foro privilegiado condenado pelo STF em mais de quatro
anos de Lava Jato.
A Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) formou maioria na tarde desta terça-feira (29) para
condenar o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) pelos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro por conta de um esquema de desvios na Petrobrás. Este é o
primeiro julgamento de uma ação penal da Operação Lava Jato no STF.
O julgamento de Meurer foi
retomado nesta tarde com o voto do ministro Dias Toffoli, que acompanhou quase
totalmente os votos dos ministros Edson Fachin e Celso de Mello. Ainda faltam
votar os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
+ Raquel quer saber se Meurer
tentou driblar bloqueio na Lava Jato
A Procuradoria-Geral da
República (PGR) acusa Meurer de uma série de irregularidades, entre elas de ter
recebido pelo menos R$ 29,7 milhões, correspondente a 99 repasses de R$ 300 mil
mensais oriundos de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro estabelecido
na diretoria de abastecimento da Petrobrás.
DOAÇÃO. Toffoli, no entanto,
abriu uma divergência parcial em relação aos colegas, ao não ver provas
suficientes de crimes envolvendo uma doação eleitoral de R$ 500 mil da
construtora Queiroz Galvão ao parlamentar. Para a PGR, o parlamentar recebeu
“vantagem indevida” disfarçada de doação eleitoral oficial, mediante a
utilização do sistema eleitoral para ocultar e dissimular a natureza e origem
dos valores ilícitos.
“No caso concreto não estou
convencido de que a doação eleitoral recebida pelo acusado na campanha de 2010
no valor de R$ 500 mil, fracionada em duas parcelas, tenha representado
pagamento de alguma vantagem indevida”, comentou Toffoli.
“Tratou-se de doação oficial,
contabilizada pela empresa doadora. O acusado Nelson Meurer não tratou
diretamente dessa doação com a empresa. Neson Meurer nunca teve contato com o
presidente da Queiroz Galvão, detentor da última palavra das doações”, observou
o ministro.
Na avaliação de Toffoli,
ainda que o valor doado fosse fruto de crime contra a administração pública,
“não há provas de que Nelson Meurer tivesse ciência” disso ou tenha agido com
dolo.
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