Uma caminhada reuniu na manhã
deste domingo (8) mulheres, homens e crianças em um objetivo comum: pedir o fim
da violência contra a mulher.
Vestidos de laranja, cor que
representa mundialmente a luta, os participantes saíram do Jardim de Alah até o
Jardim dos Namorados, na Pituba, conclamando a população a se mobilizar no
combate a este tipo de violência.
O ato faz parte de uma
mobilização mundial, apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), chamada
“21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”.
Presente na caminhada, a
deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) lembrou que a mobilização acontece em
um contexto de quatro feminicídios - em Camaçari, Cachoeira, Lapão e Dias
D’Ávila - ocorridos em cinco dias, na última semana de novembro, na Bahia. Para
ela, a luta deve ser encarada como prioritária em uma perspectiva de planeta
sustentável.
“Não é possível que o
planeta, em uma perspectiva sustentável, não leve em conta a preservação da
vida das mulheres. Mata-se mulher como se fossem baratas”, protestou a
parlamentar, em entrevista ao BNews.
A comunista ainda pediu uma
atenção especial à situação das mulheres negras, que representam 64% das
vítimas de feminicídios, segundo dados do Atlas da Violência deste ano.
A vereadora de Salvador, Ireuda
Silva (Republicanos) cobrou mais celeridade da Justiça no julgamento de
processos contra feminicidas e também de acompanhamento das medidas protetivas
contra homens agressores.
“Além do machismo, temos a
falha da justiça que contribui para esses feminicídios. Como você tem um réu
confesso e permite que ele esteja livre? Como justifica ter pilhas e pilhas de
processos sem julgamento?”, questionou.
Ela ainda pediu que a Câmara
de Salvador aprove um projeto que cria cota de 5% para mulheres em empresas
públicas da capital baiana.
A secretária estadual de
Políticas para Mulheres, Julieta Palmeira, frisou a importância de que a rede
envolvida no atendimento a mulheres em situação de violência esteja bem
articulada para dar assistência rápida a elas.
“É preciso fazer a
qualificação das pessoas que fazem parte da assistência a essas mulheres em
situação de violência. Ela precisa ser bem acolhida nas delegacias, Creas e
Crás, no exame corpo de delito”, destacou.
Secretária municipal de
Política para Mulheres, Infância e Juventude, Rogéria Santos diz que um desafio
a ser vencido é dar autonomia financeira às mulheres. Ela lembra que muitas
delas acabam dependendo economicamente de seus companheiros, o que aumenta sua
vulnerabilidade.
“Isso é uma forma de
opressão, de coibir até nela a coragem da denúncia”, explicou.
“Já qualificamos 120 mulheres
na construção civil. Elas serão certificadas. 80% delas devem ser aproveitadas
em empresas”, afirmou./BNews
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