SALVADOR - Ricardo Mandarino, secretário de Segurança Pública da Bahia, defendeu a comercialização de drogas como a maconha em recente entrevista dada para a TV Bahia. Empossado há dois meses pelo governador Rui Costa (PT), ele argumenta que, em 30 anos da política de repressão ao tráfico, o Brasil não conseguiu fazer com que as organizações criminosas diminuíssem. Pelo contrário, reforçou em entrevista para o Estadão nesta sexta, 19.
"Organizações criminosas que comercializam entorpecentes continuaram crescendo e, algumas expandiram suas ações para países vizinhos. Na Bahia, em 2020, as polícias aumentaram em 1.000% as apreensões de cocaína e em 66% as de maconha.
Defendo que as ações de inteligência e de repressão permaneçam, mas que o Brasil analise os exemplos bem sucedidos", completa, ao citar como referência Uruguai, Canadá e Portugal, que regulamentaram a venda de drogas consideradas leves.
Mandarino diz que em países que liberaram entorpecentes, os valores arrecadados com a tributação do comércio legal são revertidos para a área de saúde. "Nessas nações, não houve aumento do consumo e nem da violência. Fazem campanhas desestimulando o uso de drogas", afirma.
Questionado sobre os dados da Rede de Observatórios da Segurança do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, que colocam a Bahia como segundo Estado brasileiro onde a polícia mais mata, o gestor afirmou que os policiais que cometem crimes são responsabilizados.
"As polícias são treinadas para responder, de forma
proporcional e dentro da lei, aos ataques de criminosos. Todos os casos são
investigados com muito rigor pelas Corregedorias. Existindo excesso, o servidor
é responsabilizado."/terra
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