Isso faz com que as autoridades de saúde não consigam planejar adequadamente as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor. "Com registro correto, é possível direcionar as ações de controle do mosquito para uma região, avaliar tendência de crescimento ou declínio da doença, estruturar a rede de assistência e ver se os programas implantados estão dando resultado", diz Rodrigo Angerami, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Para Luiz José de Souza, infectologista e presidente da Sociedade de Clínica Geral do Rio, as notificações estão muito aquém da realidade. "No atendimento público, são tantos casos de suspeita que os médicos não têm tempo para registrar todos.
É preciso multiplicar por dez", diz. Outro problema é a semelhança dos sintomas com outras doenças e o tratamento simples, muitas vezes prescrito sem exames. Segundo o infectologista Filipe Prohaska, uma das fichas cadastrais tem mais de 60 itens. "Não há tempo para o médico fazer o atendimento e preenchê-la, com fila de espera de pacientes", reclama.
O Ministério da Saúde nega que haja subnotificação e afirma que destinou R$ 363 milhões para o aprimoramento das atividades de prevenção e controle da doença nos municípios, dos quais R$ 53,6 milhões para sedes da Copa.
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