Sobrevivente da tragédia que
matou 22 pessoas na BR-101, em Guarapari, Fabiana Souza, de 31 anos, se
emocionou ao lembrar do acidente. O marido dela, o gesseiro Fernando de Souza
Dias, de 36 anos, morreu. “Ouvi meu esposo gritando mas não consegui salvá-lo.
Ele foi arremessado pra fora. Ele pediu ajuda, mas não consegui”, contou a
sobrevivente.
A tragédia na BR-101, em
Guarapari-ES., aconteceu após a colisão entre a carreta, um ônibus de viagem e
duas ambulâncias, no início da manhã de quinta-feira (22). Vinte e três pessoas
morreram e outras 20 ficaram feridas.
A Polícia Rodoviária Federal
(PRF) disse que a carreta transportava uma carga além da permitida e estava com
pneu careca. O governo do estado decretou luto de três dias. Esta foi a pior
tragédia em rodovias da história do Espírito Santo, segundo o secretário de
Segurança Pública do Estado, André Garcia.
Fernando é de Cariacica, mas
morava em São Paulo. O casal vinha ao Estado para o velório da avó de Fernando,
que havia morrido um dia antes.
Apesar da gravidade do
acidente, Fabiana teve apenas ferimentos leves, foi levada para a UPA de Guarapari
e liberada no dia seguinte.
Já o corpo de Fabiano, foi
encontrado pela família no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória na manhã
de sexta-feira (23). “Não sinto mais dor, só estou com esse aperto no coração”,
relatou Fabiana.
Emocionada, ela contou como
conseguiu sair do ônibus em chamas. “Depois da batida começou o fogo e parecia
que o fogo estava me derretendo. Olhei pro lado e meu marido não estava do meu
lado, nem ele nem a cadeira dele. Tirei o cinto, fui pra trás do ônibus pisando
nos corpos. Aí eu consegui sair e caí em um barranco”, lembrou.
Já do lado de fora do
coletivo, Fabiana procurou pelo marido. “Corri desesperada pelo meio do mato
gritando ‘Fernando, Fernando!’, mas não achei ele. Muita gente saiu queimada de
dentro do ônibus”, afirmou./G1 ES
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