Com a decisão liminar do juiz Ruy Brito, titular da 6ª Vara da Fazenda Pública, que foi proferida no último dia 30, a Embasa não pode começar a cobrar o reajuste de 9,95% nas contas de água que começaria a vigorar a partir de hoje (6), conforme autorização do governo do estado, via Agência Reguladora de Saneamento Básico da Bahia (Agersa). O magistrado acatou o pedido do líder do Democratas na Assembleia Legislativa, deputado Pablo Barrozo, que ingressou com ação popular contra o aumento.
"A Embasa está
desautorizada a aplicar qualquer tipo de aumento. Os consumidores precisam
estar atentos a partir de hoje para não pagarem esse reajuste abusivo porque
estão amparados na decisão judicial", afirmou Pablo Barrozo. Ele lembrou
que a Justiça considerou o reajuste abusivo. Na decisão, o juiz acolheu os
argumentos do parlamentar, incluindo o fato de que este é o quinto aumento
consecutivo concedido pela Embasa com percentuais acima da inflação, “afetando
diversos consumidores, que não conseguirão adimplir suas faturas mensais”.
A inflação do período de
abril de 2015 ao mesmo mês de 2016, pelo IPCA, foi de 9,28% (o percentual chega
a 9,83% pelo INPC). Ou seja, abaixo do reajuste proposto pela Embasa e
autorizado pelo governo do estado. "O governo deveria ter a preocupação de
analisar o momento difícil pelo qual o país passa, com a inflação em alta e os
consumidores perdendo cada dia mais poder de compra. Um aumento desses penaliza
a todos, inclusive o setor produtivo, que é um dos que mais sofrem com a crise
na economia nacional", salientou o deputado.
Para o juiz, com base na ação
do deputado, os sucessivos reajustes abusivos atentam “diretamente ao princípio
da modicidade da tarifa, porque impôs à sociedade aumento desproporcional e, do
outro lado, exorbita os lucros da concessionária”. O juiz reconheceu ainda que
a Agersa não deu a devida publicidade e nem apresentou as justificativas para o
aumento decretado no final de abril, bem como não leva em consideração os
momento econômico e político delicados, sobretudo quando se trata de água,
insumo vital à vida humana.
“O objetivo com esse aumento
foi assegurar uma elevação arbitrária do lucro da Embasa, prejudicando os
consumidores, que ainda estão longe de ter um serviço de qualidade na área,
vide as constantes suspensões no abastecimento, inclusive em grandes cidades
como Salvador. Por isso, a Justiça está de parabéns por ter acatado nossa
ação”, disse Pablo Barrozo.
O deputado lembrou que o
reajuste vai ter impacto também no aumento da inflação e dos preços em geral ao
consumidor, já que ele será repassado pelo comércio e pela indústria. “Vale
lembrar que o reajuste autorizado pela Agersa ocasionaria um impacto relevante
no orçamento dos usuários uma vez que a conta de água é também composta pela
tarifa de esgoto, fixada em percentagem sobre a primeira. Ou seja, haverá um
efetio cascata, prejudicando em demasia os consumidores num momento de crise na
economia”, ressaltou Pablo Barrozo./ibahia
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