O dinheiro do programa Bolsa
Família está bloqueado para quase 58 mil baianos, segundo informações do
Ministério do Desenvolvimento Social. Ainda segundo a pasta, o bloqueio atinge
beneficiários que apresentaram problemas no cadastro e que não atenderam ao
chamado para regularizar a situação. No estado, cerca de 3 milhões de famílias
estão cadastradas no programa.
Periodicamente, os
beneficiários são chamados para prestar informações sobre o cadastro. Eles são
divididos em grupos, cada um diz respeito a uma situação, como revisão,
atualização cadastral e averiguação. Ao todo, são oito grupos. Dessa vez,
quatro grupos foram chamados com uma mesma data limite.
Entre os beneficiários que
tiveram o dinheiro bloqueado está a dona de casa Eliana dos Santos. No cadastro
consta que o marido passou a trabalhar com carteira assinada e, por isso, ela
perdeu o benefício. O problema é que o marido saiu de casa há dois meses e ela
está sem dinheiro para sustentar os dois filhos pequenos.
"Tenho dois meses com
dinheiro bloqueado. Eu sou sozinha, cuidando da casa e dos meninos e dependendo
da ajuda dos outros", contou.
Pendências na atualização do
cadastro e averiguação, como subdeclaração de renda, que é quando alguém da
família passa a trabalhar com carteira assinada, são as situações que mais
levam ao bloqueio do Bolsa Família.
A ausência dos filhos na
escola também é outro fator que leva ao bloqueio. Isso porque na regra para se
manter no programa, a frequência exigida é de 75% a 80%, dependendo da faixa
etária. Nesses casos, os pais podem procurar os Centros de Referência de
Assistência Social (Cras) para buscar ajuda. Conforme Leandra Adelino, chefe do
setor de acompanhamento do Bolsa Família, alguns problemas podem causar a falta
às aulas ou até mesmo o abandono escolar. Por isso é necessário procurar o
Cras.
"Pode ser até uma
questão de problema de visão, que a família não se deu conta. De repente está
tendo uma dificuldade. Pode ser uma questão de déficit de atenção, pode ser
questões relacionadas à segurança da escola, tráfico, bullying", explica
Leandra./G1 BA
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