O goleiro Bruno Fernandes de
Souza, de 32 anos, condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, recebeu
autorização da Justiça nesta quarta-feira (2/8), para dar aulas de futebol a
crianças e adolescentes em uma entidade de assistência social. A decisão da 1ª
Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha, onde o jogador cumpre pena,
foi publicada hoje (3/8) e determina que Bruno será buscado no pátio do
presídio para ser levado ao trabalho, sem contato com outras áreas externas ou
pessoas de fora da entidade.
Bruno vai trabalhar no Núcleo
de Capacitação para a Paz (Nucap), também em Varginha, que recebe cerca de 60
filhos de detentos e ex-detentos. O principal projeto da organização não
governamental (ONG) é o "Mães que Cuidam", que recebe filhos de
mulheres presas e permite que eles convivam com as mães durante parte do dia e
realizem atividades de inserção social em outro turno.
As aulas vão permitir que o
goleiro ganhe remição da pena de 22 anos e 3 meses. O trabalho e o tempo de
prisão a ser reduzido serão avaliados pela Justiça, de acordo com relatórios
sobre frequência e disciplina que devem ser enviados pela ONG a cada três
meses.
Habeas corpus
O goleiro Bruno já cumpriu
quase sete anos da pena em regime fechado. Ele chegou a ficar dois meses em
liberdade, através de uma liminar, entre fevereiro e abril deste ano. Durante o
período, atuou pelo Boa Esporte, de Varginha, que disputa a Série B do
Campeonato Brasileiro de futebol. Ele chegou a ser agredido em jogos, o clube
perdeu patrocinadores, e um abaixo-assinado nas redes sociais pedia que times
não contratassem o goleiro enquanto ele não dissesse onde está o corpo de
Eliza.
Julgamento
Bruno foi condenado em
primeira instância, em 2013, pelo homicídio triplamente qualificado da
ex-namorada, ocultação do cadáver e sequestro e cárcere privado do filho deles.
O julgamento do recurso da defesa está marcado para o próximo dia 13 de
setembro, no TJ de Minas, em Belo Horizonte. O processo que questiona a emissão
da certidão de óbito de Eliza será julgado no mesmo dia. A defesa de Bruno
tenta evitar que a morte dela seja confirmada.
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