A menina Thallyta Vitória de
Oliveira Barros, de 4 anos, morreu neste sábado, 07, no Hospital João XXIII, em
Belo Horizonte, elevando para 10 o número de mortos no ataque à creche Gente
Inocente, em Janaúba, Minas Gerais. Além de oito crianças, morreram a professora
Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos, e o autor do incêndio, o vigia Damião
Soares Santos, 50.
Todas as 18 crianças vítimas
do ataque e que estavam internadas na cidade tiveram alta médica neste sábado.
Com idades entre 1 e 5 anos, elas estavam internadas no hospital Fundajan por
intoxicação por inalação de fumaça tóxica. Outras duas pessoas, um adulto e uma
criança, seguem internadas em estado estável.
Os demais feridos continuam
internados. São, ao todo, 13 vítimas que permanecem em unidades médicas das
cidades de Belo Horizonte e Montes Claros e que estão em estado gravíssimo.
A professora Helley teve 90%
do corpo queimado ao tentar salvar as crianças da creche. Ela entrou em luta
corporal com Damião, que voltou com mais álcool para jogar nos estudantes.
O Ministério Público de Minas
Gerais (MP-MG) abriu três inquéritos e um procedimento para investigar o
incêndio. Uma das apurações tem o objetivo de verificar por que o vigia, que
sofria de mania de perseguição, trabalhava em uma instituição de educação
infantil.
“Ele começou a demonstrar
transtornos em 2014, quando foi ao MP denunciar que a mãe estava envenenando a
comida dele, mas era mentira”, disse Renato Henriques, chefe do Departamento da
Polícia Civil de Montes Claros. Na época, Santos também disse que a mãe havia
assassinado o pai. No dia do ataque, a morte do pai do vigia completou três
anos.
Eram por volta das 9h da
manhã da quinta quando Damião entrou na creche e atirou material inflamável
contra as crianças e no próprio corpo, e ateou fogo, que se alastrou
rapidamente. Em meio ao tumulto, as pessoas tentavam apagar o incêndio com
baldes de água e resgatar as vítimas das chamas e da fumaça.
Neste sábado, Janaúba viveu
mais um dia de desalento, com velórios e enterros das vítimas da maior tragédia
do município. Em uma rua de terra batida, precariamente iluminada por um único
poste de luz, dezenas de moradores da cidade, que tem cerca de 70 mil
habitantes, se reuniram para se despedir de Cecília Gonçalves Dias, 4. Com exceção da professora, todos os velórios
foram realizados na casa das famílias, em meio a símbolos religiosos e
fotografias dos mortos.
Mesmo feitas de madrugada, as
cerimônias reuniram dezenas de pessoas. Não raro, moradores iam pulando de um
enterro para outro. Cecília foi uma das três crianças socorridas com vida, que
morreram depois no hospital. Ainda na quinta, ela chegou a ter o óbito
divulgado pelo Corpo de Bombeiros de Minas, após sofrer uma parada
cardiorrespiratória, mas a equipe médica conseguiu reanimá-la. Transferida para
a Santa Casa de Montes Claros, não resistiu.
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