Uma mulher de 28 anos foi
mantida em cárcere privado, espancada e torturada pelo companheiro em Salvador.
Após dias de terror vividos durante uma semana no mês de setembro, a operadora
de telemarketing contou em entrevista à reportagem da TV Bahia, como foram as
sessões de tortura e como conseguiu fugir de casa. O homem foi preso na última
quinta-feira (5).
A operadora de telemarketing
também contou que o companheiro tentou sufocar ela. “Várias vezes com as mãos,
com sacos de supermercado, e com fios de extensões elétricas”, disse aos
prantos.
“Fiquei trancada durante oito
dias tendo que avisar, falar pra todo mundo do meu ‘zap’, meus contatos, que eu
estava voltando com ele porque eu o amava, porque queria estar com ele, quando
na verdade a maior parte das mensagens não era eu que enviava, era ele que
mandava. Foram dias… digamos assim, de terror”, relatou.
Ela ainda disse que os
vizinhos não perceberam nada. “Não, em momento algum dava pra ouvir nada. Na
hora da tortura, ele colocava o som praticamente no último volume. Todo momento
que ele me batia, eu pedia a Deus pra me tirar dali, me dar uma luz, e me
mostrar uma forma de sair daquele lugar”, disse.
Ela ainda relatou como
conseguiu fugir de casa. “O medo não me deixava ver que, de certa forma, a porta,
mesmo fechada, eu teria como abrir ela por dentro e sair, correr, pular, de
algum jeito. Foi quando ele saiu me deixou lá, ainda pediu que eu limpasse
ainda o sangue que tava [sic] pela casa e arrumasse a casa. Quando ele saiu, eu
consegui abrir a porta e pulei o muro do primeiro andar e saí na rua. Pedi
socorro à primeira pessoa que eu vi, e fui pro hospital porque não tinha
condições nem de respirar direito”, relatou.
Em cinco anos de casamento, a
mulher saiu de casa quatro vezes, e sempre procurou ajuda da polícia. “Eu
gostava muito dele, ele sempre me ligava, pedia pra voltar, dizia que tava
[sic] arrependido, que queria começar tudo do zero, e aí acabava acontecendo
que eu voltava pra casa de novo”, contou.
A operadora de telemarketing
conta que encontrou força para recomeçar no apoio de amigos, família e a filha
de 7 anos, fruto de outro relacionamento.
“Não tá [sic] fácil de
recomeçar porque cada gesto que as pessoas faz [sic] comigo, se chega em mim,
toca em mim, eu já fico apavorada. Se pega no meu pescoço, já fico com medo.
Não consigo dormir de noite direito porque toda vez que eu durmo eu tenho
aquela sensação de que algo vai acontecer. Quero muito seguir em frente”,
relatou emocionada. / G1 Bahia
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