SÃO PAULO - A
apreensão se abateu sobre os aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Dirigentes petistas e amigos de Lula reconheciam, na noite desta
sexta-feira (9), a iminência de prisão do ex-presidente.
Após passar toda a tarde ao
lado de Lula, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a
situação se encaminha para a prisão do ex-presidente.
Ao criticar o processo contra
Lula, ao qual chamou de abjeto e cretino, Gleisi afirmou que os magistrados
"estão levando às últimas consequências".
"Querem prender Lula e é
exatamente para isso que se está caminhando." Outros petistas que
estiveram no Instituto Lula afirmaram que o ex-presidente demonstrou irritação
ao longo do dia. Uma das causas foi a informação de que a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Carmén Lúcia, se recusara a receber em audiência o advogado
de Lula e ex-ministro Sepúlveda Pertence, de quem é amiga.
O gesto da presidente do STF
foi encarado como um sinal de que ela não pretende submeter ao plenário o
seguinte questionamento: um réu pode ser preso sem que estejam esgotados todas
etapas legais disponíveis? Lula foi condenado em segunda instância. Ainda cabe
recurso ao STF.
Em um discurso endereçado a
petistas, a senadora disse que o partido "não vai aceitar com
normalidade" a prisão de Lula. "Não é que vamos fazer insurreição,
grandes mobilizações. Mas não vamos aceitar calmamente", disse ela, pouco
depois de seu encontro com o ex-presidente.
Em um recado ao próprio
partido, ela disse ainda que falar em outras possibilidades para a candidatura
do partido à Presidência é jogar Lula aos leões. Ao discursar em ato promovido
pela Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, Gleisi disse considerar legítimas
as candidaturas de partidos de centro-esquerda, mas que é importante que tenham
a compreensão de que a democracia está sob ameaça.
No evento, o ex-chanceler
Celso Amorim também reafirmou a defesa da candidatura do ex-presidente. Estava
prevista a presença de Lula, mas ele cancelou sua participação uma hora antes
da abertura do encontro. Segundo aliados, o ex-presidente está gripado. Um
deles afirmou, porém, que ele estava desanimado./valor
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