A gasolina já custa mais de
R$ 5 em postos na cidade de São Paulo. Em alguns deles, o consumidor encontra o combustível por até R$ 5,90/litro.
Os preços subiram em relação
ao registrado na semana passada, quando, de acordo com o levantamento feito
pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o
máximo na cidade chegava a R$ 4,99.
A reportagem notou que alguns
postos deixaram de informar o preço da gasolina em faixas e banners, dando
destaque apenas ao etanol. O valor da gasolina era informado apenas na bomba.
Antonio Evandro Alves da
Silva, 47, abasteceu o carro nesta terça-feira (11) em um posto da rua da
Consolação, na região central de São Paulo, onde a gasolina custava R$ 4,999.
"É um absurdo esse
preço. Trabalho com obras e dependo do carro", afirmou.
Ele afirma que gastava, até a
semana passada, cerca de R$ 100 por semana apenas com combustível, e que o
aumento agora vai pesar no orçamento, já que não consegue trocar o carro por
transporte público.
"Não dá para repassar o
custo. Vou ficar com o prejuízo", disse.
Marilu Bia, que pagou R$ 5,50
na gasolina aditivada em posto onde a gasolina comum saía por R$ 5,09, também
achou o preço "um absurdo". Ela estima gastar entre R$ 300 e R$ 400
por mês com o combustível.
Os números do levantamento da
ANP indicam que, desde o início de agosto, os postos praticam esse valor. Na
média, no entanto, o litro da gasolina va riou entre R$ 4,114 e R$ 4,291 na
capital de São Paulo, dependendo da semana. No estado, o preço médio esteve entre
R$ 4,189 e R$ 4,296. O levantamento aponta os valores nas últimas quatro
semanas.
Após um período de
estabilidade, o preço médio da gasolina subiu, em média no país, 1,77% e o do
diesel, 3,44%.
Os aumentos refletem o
repasse da desvalorização cambial e de alta nas cotações internacionais dos
combustíveis. Segundo a ANP, o litro da gasolina foi vendido na semana passada
a R$ 4,525, em média no país. O litro do diesel custou R$ 3,489.
A gasolina vinha subindo nas
refinarias desde o dia 18 de março até que, na quinta (6), a Petrobras anunciou
a implantação de um mecanismo para evitar o repasse de volatilidades externas,
como câmbio e desastres naturais, ao consumidor.
Desde quarta (5), o preço do
produto em suas refinarias está estável em R$ 2,2069 por litro - valor que será
cobrado também nesta terça (11). A estatal não respondeu, porém, se o mecanismo
já foi posto em prática. Ele permite que a empresa segure os preços por até 15
dias.
No caso do diesel, a alta nas
bombas reflete o repasse do reajuste anunciado pela ANP (Agência Nacional do
Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no último dia 30, também sob pressão do câmbio
e da elevação das cotações internacionais.
Segundo José Alberto Paiva
Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista Derivados
Petróleo Estado São Paulo), cada dono de posto é livre para tomar a sua decisão
de definir o preço da gasolina. Ele justifica o valor dizendo que há uma
minoria de locais com preço maior. Para o sindicalista, apenas postos em
regiões mais privilegiadas conseguem vender a gasolina mais cara. “É exceção.”
Gouveia critica a política de
preços da Petrobras que, em um período de 14 meses, definia reajustes diários
para a gasolina nas refinarias. A medida mudou no dia 6, quando a estatal
anunciou que as alterações serão quinzenais. “Nunca tivemos um preço tão alto.
É fora de propósito”, afirma ele.
ÁLCOOL
O etanol também tem pesado no
bolso dos consumidores. Em 15 dias, a alta do litro do combustível nas usinas
do estado de São Paulo foi de 15,48%, segundo dados do Cepea (centro de estudos
em economia), da USP.
Os números mostram que o
etanol, que em 24 de agosto era vendido por R$ 1,4572, chegou a R$ 1,6828 nas
usinas, no último dia 6.
Nas bombas, o valor máximo é
de R$ 2,999 na cidade de São Paulo e de R$ 3,699 no estado. O produto ainda
compensa mais do que a gasolina na maioria dos casos.
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