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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Todos os vereadores presos por fraudes



Fato aconteceu no interior do Estado de Minas Gerais. Segundo investigações do Ministério Público de Minas Gerais, os parlamentares estariam por trás de um esquema de recebimento de diárias em eventos fantasma

A pequena cidade de Centralina, com 10,6 mil habitantes, no Triângulo Mineiro, teve todos os nove integrantes da Câmara Municipal presos preventivamente suspeitos de desviar dinheiro público. Os vereadores afastados são investigados na operação “Viagem Fantasma”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado, órgão do Ministério Público de Minas Gerais. São apuradas fraudes em notas fiscais para justificar recebimento de diárias de viagens nunca feitas pelos vereadores e desvio de verbas públicas do município.
Na manhã desta quinta-feira, quando foi deflagrada a segunda etapa da operação, cinco parlamentares foram apresentados na delegacia de Polícia Civil de Uberlândia e depois conduzidos ao presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia. Os presos são Wandriene Ferreira (PR), Sônia Martins de Medeiros (PP), irmã do prefeito de Centralina Elson Martins de Medeiros (PP), Ismael Pereira Peres (PT), Rodrigo Lucas (PTdoB) e Cleison Vieira (PDT).
Segundo o MP, o grupo de combate ao crime organizado tem acompanhado as irregularidades cometidas por vereadores e servidores da Câmara de Centralina desde o ano passado. Dentre os crimes praticados estão associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Também são investigados ex-vereadores ligados aos crimes e funcionários da Câmara.
Na semana passada outros quatro foram presos na primeira etapa da “Viagem Fantasma”: o presidente da Casa, Eurípides Batista Ferreira, o Baianinho (Pros), Hélio Matias (PSL), Carla Rúbia (Solidariedade) e Roneslei do Carmos (PR). Os primeiros vereadores presos foram ouvidos e liberados um dia depois, mas tiveram os bens bloqueados e cumprem prisão domiciliar, além de terem deixado suas vagas na Câmara.

A promotoria informou que alguns vereadores fizeram acordo de colaboração premiada, confessaram a participação no esquema de desvio de dinheiro público e delataram outros envolvidos. Foram recolhidos nos gabinetes dos vereadores documentos que serão analisados para a conclusão das investigações.

Nenhum representante da Câmara quis se pronunciar sobre o caso. O Legislativo de Centralina está de recesso até a próxima semana, quando serão convocados os suplentes dos vereadores presos para assumir os cargos.

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