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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha Garotinho são presos


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Os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho foram presos na manhã desta quarta-feira (22) em mais um desdobramento da Operação Chequinho, que já havia levado à cadeia o primeiro por duas vezes. É a primeira vez que a mulher também é detida.

A investigação do Ministério Público Eleitoral do Rio e da Polícia Federal apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.

O inquérito identificou que a JBS firmou contrato fictício com uma empresa para repassar R$ 3 milhões para a campanha derrotada de Garotinho a governo do Rio, em 2014.

O Ministério Público denunciou no total oito pessoas acusadas de envolvimento na arrecadação ilícita para as campanhas de 2010, 2012, 2014 e 2016. O esquema envolveu até sete empresas com contratos com a Prefeitura de Campos.

De acordo com a acusação, o município atrasava pagamentos com o objetivo de forçar a doação das firmas para o grupo político do ex-governador. O esquema foi delatado por um dos empresários, em depoimento ao Ministério Público do Rio.

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"Empresários também informaram à PF que o ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo poder público daquele município", diz nota da Polícia Federal.

O juiz Glaucenir de Oliveira decretou a prisão preventiva dos oito denunciados. A medida foi imposta porque há relatos de que o grupo tentou coagir o delator do esquema.

Entre os alvos de ordem de prisão, está o presidente nacional do PR (Partido da República), Antônio Carlos Rodrigues, sob a justificativa de que "há fortes indícios de que continuará realizando as tratativas ocultas ilegais à frente do partido".

A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou, em nota, que o casal será levado para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, em que estão presos o ex-governador Sérgio Cabral e os deputados Jorge Picciani e Paulo Melo, todos do PMDB e seus rivais políticos. O trio ocupa celas da galeria C. Garotinho deve ficar na galeira A.

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Como a Folha revelou, a cadeia de Benfica ganhou uma ala feminina em outubro.

Garotinho tem três condenações criminais, uma delas em razão da Operação Chequinho, que apurava compra de votos na eleição de Campos, em 2016, por meio do programa social Cheque Cidadão.

Segundo o Ministério Público, o suposto esquema teria dado prejuízo de R$ 11 milhões à prefeitura e pelo menos 18 mil ações de compras de votos teriam sido realizadas. Neste caso, ele foi condenado a 9 anos e 11 meses de prisão. O ex-governador recorre da decisão.

Garotinho já havia sido preso em 16 de novembro do ano passado em razão desta investigação –um dia antes da Operação Calicute, que prendeu outro ex-governador, Sérgio Cabral. Foi solto por ordem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Em setembro deste ano, voltou a ser preso sob alegação de usar seu programa de rádio para atacar os responsáveis pela condução de seu processo. Foi soltomais uma vez por ordem do TSE.

OUTRO LADO

Garotinho afirmou, em nota, que "atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter".

"Cabe frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato", diz a nota.

A NOVA ACUSAÇÃO CONTRA GAROTINHO
         
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>> A JBS, diz a acusação, repassou R$ 20 milhões em caixa dois em 2014 para o PR nacional, partido de Garotinho
               
>> O ex-governador do Rio, então candidato ao governo, ficou sem nada, segundo depoimentos, e, após pedido, conseguiu R$ 3 milhões
               
>> De acordo com um delator, a JBS firmou contrato fictício com a empresa Ocean Link nesse valor e transferiu todo o dinheiro de uma vez
               
>> O empresário André Rodrigues, dono da Ocean Link, relatou ter feito saques na conta da firma e entregue a "Toninho", policial civil aposentado, integrante do grupo de Garotinho
               
>> O Ministério Público do Rio denunciou no total oito pessoas acusadas de envolvimento na arrecadação ilícita para campanhas de 2010 a 2016.
               
>> O suposto esquema envolveu até sete empresas com contratos com a Prefeitura de Campos (RJ)

>> O QUE DIZ O EX-GOVERNADOR: Garotinho nega ter cometido crimes e atribui a operação "a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema" do governo de Sérgio Cabral
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LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA DEFESA DE GAROTINHO

"Querem calar o garotinho mais uma vez

O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.

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O ex-governador afirma que tanto isso é verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira, o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República.

Garotinho afirma ainda que nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho.

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Agora, a ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato. Cabe frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato."./folha

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