Ao pedir a prisão domiciliar
da dona de casa Marluce Vieira Lima, mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do
deputado Lúcio Vieira Lima – ambos do PMDB -, a procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, a descreveu como uma senhora de idade com papel ativo e relevante
na lavagem de dinheiro.
Marluce, de 79 anos, os dois
filhos e mais três investigados – os ex-secretários parlamentares Job Ribeiro
Brandão e Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e o empresário Luiz Fernando Machado
da Costa Filho – foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem
de dinheiro e associação criminosa.
“Marluce tinha um papel ativo
e relevante nos atos de lavagem. Apesar de ser uma senhora de idade, não se
limitava a emprestar o nome aos atos e a ceder o closet. Era ativa”, afirmou
Raquel, referindo-se ao local de seu apartamento que supostamente emprestava
para os filhos estocarem dinheiro ilícito.
Na acusação, a procuradora
narrou que, a partir de 2011, a família Vieira Lima “comprovadamente avançou da
primeira fase do ciclo de lavagem, a ocultação, para a segunda e terceira
fases, dissimulação e integração”.
Segundo Raquel, nesta época,
Geddel demonstrou “interesse em investir no mercado imobiliário”.
“A partir dai, Geddel, Lúcio
e Marluce Vieira Lima passaram a repassar parte do dinheiro vivo oculto, de
origem criminosa, aos empreendimentos imobiliários de Luiz Fernando Machado
Costa Filho”, afirma Raquel.
A procuradora-geral sustenta
que as transações tinham como objetivo a “reintrodução disfarçada do ativo no
meio circulante, o mercado imobiliário”.
Raquel pediu ao Supremo
Tribunal Federal, além da prisão domiciliar de Marluce, fiança de 400 salários
mínimos para a matriarca Vieira Lima.
A procuradora-geral requereu
ainda que Geddel, Lúcio, Marluce e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa
Filho paguem à União R$ 51 milhões de indenização por danos morais coletivos.
A reportagem tentou contato
com a defesa da família Vieira Lima, mas não obteve retorno./Estadão
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