Médicos foram apresnetados ao serviço na Serra nesta terça-feira (27) — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Vinte e cinco médicos que vão
substituir os profissionais cubanos se apresentaram, nesta terça-feira (27), no
município da Serra, na Grande Vitória. A maioria é recém-formada, assumindo o
primeiro emprego. Dezenove já começam a trabalhar nesta quarta-feira (28).
Neste primeiro dia de
apresentação, os médicos foram orientados sobre como é o trabalho nas unidades
municipais de saúde.
"Apresentando a
estrutura da Secretaria de Saúde, conhecendo os serviços ofertados na Serra,
apresentando a nossa lista de medicamentos, como é o fluxo de encaminhamentos
para exames especializados para algum especialista, apresentando aquilo que a
Serra oferece e aquilo que a gente depende da secretaria do Estado", disse
a secretária de Saúde Cristiane Stem.
O município da Serra é o que
mais tinha médicos cubanos, 30 ao todo. Dezenove médicos da nova seleção
começam a trabalhar nesta quarta-feira. Vão atender em 12 das 14 unidades onde
haviam médicos de Cuba. O contrato vale por três anos e pode ser renovado.
Esse será o primeiro emprego
da médica Sabrina Fantin, que está formada há quatro meses.
"Pra eu conseguir me
inscrever foi bem cansativo. Eu fiquei cerca de 28 horas atualizando o sistema,
que tava horrível, muito lento. Quando eu vi que consegui, nem acreditei, achei
que era mentira. Foi muito rápido o resultado depois. Demorou um pouco para
cair a ficha, mas tô muito feliz com a oportunidade", contou.
Morando há mais de um ano no
Rio de Janeiro, a médica Camilla Cardoso viu no programa a chance de voltar ao
Espírito Santo.
"Eu estava no Rio porque
meu esposo tinha sido alocado no programa Mais Médicos, mas eu engravidei,
minha bebê tem quatro meses, e eu não tinha como trabalhar lá, por não tem com
quem deixar. Tinha o fator violência do estado também. Aí apareceu a oportunidade
do Mais Médicos aqui, agarramos, ficamos dois dias tentando porque o sistema
caía. Quando eu consegui alocar para a Serra, fiquei muito feliz, muito
satisfeita, foi igual final de Copa do Mundo", definiu.
Para muitos, é uma
oportunidade de estabilidade de trabalho e financeira. O salário é de R$ 11,8
mil.
"Eu trabalhava como
plantonista em locais de urgência e emergência, então eu não tinha uma
estabilidade mais certa. Agora ter uma estabilidade de horário, de pagamento,
dá uma certa tranquilidade para o médico, principalmente para quem tá começando
agora", contou o médico Andrews Guerra.
Vagas no ES
O Ministério da Saúde abriu
2.103 vagas no Espírito Santo para substituir os médicos cubanos. Até agora,
cerca de 50 profissionais se apresentaram.
Os médicos selecionados têm
até o dia 14 de dezembro para entregar a documentação que é exigida pelo governo
federal. Até lá, as prefeituras estão remanejando profissionais para que os
moradores não fiquem sem atendimento.
Na Serra, algumas unidades de
saúde vão abrir também aos sábados. "A gente tá organizando o sábado como
complemento da semana, então estamos conseguindo dar a garantia de que os
pacientes todos vão conseguir ser atendidos dentro da semana", disse a
secretária Cristiane Stem.
Cubanos
Dos 30 médicos cubanos que
trabalhavam na Serra, a maioria já deixou o Brasil e 12 resolveram ficar no
Brasil. Para permanecerem no país, eles vão ter que fazer uma avaliação, o
Revalida.
Médicos cubanos na época que chegaram ao ES — Foto: Arquivo/TV Gazeta
"Eu decidi permanecer no
Brasil porque nós temos muitas oportunidade de crescer tanto economicamente,
quanto profissionalmente", contou uma médica cubana, que preferiu não se
identificar.
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