Apesar do alto valor
arrecadado, o município de Mucuri vive momentos de extremo abandono, onde a
ineficácia do governo municipal, empossado em 2017, contribuiu,
sistematicamente, para o atraso e a displicência no lidar com a coisa pública.
R$ 280 milhões que até agora não se concretizou em obras que pudessem
beneficiar o contribuinte. Essa é a visão do mucuriense.
As reclamações não são
poucas. Um morador, que pediu para não ser identificado na matéria, disse que o
atual prefeito foi um engodo, pois traiu a população. “Durante a campanha ele
prometeu transformar a cidade num polo de desenvolvimento, mas, ao tomar posse,
colocou na prefeitura os ‘companheiros’ que passaram a nadar nas benesses do
poder, com altos salários – entre concursados, nomeados e contratados, a
prefeitura tem cerca de 4000 funcionários –, enquanto isso, falta, ao povo, o
básico nas secretarias de Obras, Saúde, Educação e tantos outros. Alguém tem
que tomar uma providência. Mucuri não aguenta mais dois anos assim”, desabafou
um contribuinte.
Carlos Simões. Foto:
Divulgação/google.
Mucuri tem umas das
indústrias mais avançadas do país, com tecnologia de ponta que vai desde a
produção de mudas de eucalipto até a fabricação de celulose e papel de
altíssima qualidade. Entretanto, com os impostos pagos por ela é possível fazer
uma administração transformadora, mas não é o que se percebe no município.
Apesar dos dois anos de
governo, Mucuri não recebeu nenhuma obra com os recursos municipais. Revoltada,
a população diz não aguentar mais os mandos e desmandos do casal que está à
frente do governo, já que Cleudi Marques, mulher do prefeito Carlos Simões
parece mandar mais que o titular. Batizada de “Primeira Dona”, Cleudi não
colabora com o desenvolvimento. Ela é a “senhora faz tudo”! Como super
secretária, ela responde por várias secretarias – Administração e Assistência
Social. Enquanto isso, o povo pergunta: aonde está o dinheiro da prefeitura?
Rumores dão conta de que a já
“super secretária” também assumirá a pasta do Turismo, com o aproximar das
festividades de fim de ano e Carnaval, e isto seria um prato cheio para as
vaidades da PRIMEIRA-DONA. (Como ela é
conhecida na cidade)
Na verdade, ELA, Cleudi
Simões é quem comanda o município, sendo o prefeito apenas um “fantoche” que
não serve para nada. Proporcionalmente, Mucuri tem o dobro de servidores que
Teixeira de Freitas, e quase uma vez e meia ao de Nova Viçosa, cuja arrecadação
tem reduzido em razão da queda da atividade econômica com o fechamento de
fábricas e outras tantas unidades comerciais.
Mucuri, entretanto, tem sido
uma ilha no meio da crise regional. Que está em pleno desenvolvimento econômico,
receberá uma nova unidade fabril, já que está sendo construída na Suzano uma
fábrica de papel higiênico, fator importante que dará ao município mais uma
fonte de arrecadação.
Entretanto, a má
administração municipal chegou aos limites do insuportável. A população carece
de atendimento básico – saúde, distribuição de cestas básicas aos mais pobres,
prédios escolares depredados e com estruturas comprometidas (alguns, já estão
interditados pela Defesa Civil), transporte escolar contam com veículos em
péssimos estado de conservação.
Os escândalos foram
instalados desde o início do governo. O Ministério Público Federal ingressou
com uma ação civil de improbidade administrativa contra Carlos Simões pela
acusação de superfaturamento na desapropriação de área para construção de uma
escola municipal. A acusação revela um esquema de corrupção, onde ele teria
ajudado a desviar dinheiro público federal e causado danos ao erário. As 12
salas e 1 quadra de esportes no distrito de Itabatã custaria R$ 1.315.000,00,
entretanto, foi pago R$ 2.305.635,10 sob alegação de indenização pela
expropriação.
O vereador Saullo Souza
Santos (PSL) considerou uma aberração a atitude do Executivo local. Ele contou
que havia uma expectativa de mudança muito grande em torno do mandato de Carlos
Simões, entretanto, esse sentimento mudou e se transformou num sentimento de
revolta, tristeza e um verdadeiro esquema de corrupção.
“Muito triste ver
Mucuri e o futuro da Educação, de tantos jovens, passando por um esquema
escandaloso de corrupção. Continuarei à disposição do MPF em ajudar a
esclarecer os fatos. Como fiscal do povo continuarei firme na luta em buscar de
passar a limpo cada centavo dos mais de R$ 255 milhões brutos arrecadados pela
Prefeitura nesta Gestão desastrosa”, afirmou Saullo em seu perfil no Facebook.
Enquanto isso, a cidade de
Mucuri está apontada para um rumo incerto, com uma população revoltada pelas
ações de sua administração pública./ bahiaextremosul
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