O presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), criticou hoje (1º) a forma como europeus defendem o meio
ambiente e os indígenas. Segundo ele, sua preocupação é garantir apoio à
ciência e à proteção ambiental, assim como à integração dos povos indígenas à
sociedade, oferecendo as mesmas oportunidades dadas aos demais cidadãos.
“Eu acredito na ciência e ponto final. Mas o
que a Europa fez para manter as suas florestas e as suas matas ciliares? E
querem dar palpite aqui?”, afirmou Bolsonaro, em Resende (RJ), após cerimônia
de formatura de aspirantes a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras
(Aman), que se formou na mesma instituição há 41 anos.
“Cada vez que um governo do
passado saía para fora do Brasil, ele recebia de forma passiva e servil
pressões por demarcações de terras indígenas. Eu quero o bem estar do índio.
Quero integrá-lo à sociedade. O nosso projeto é fazê-lo igual a nós. Eles têm as
mesmas necessidades. Ele quer médico, dentista, televisão, internet",
disse o futuro presidente.
Bolsonaro disse ainda que
falta apoio concreto para as políticas em favor dos indígenas e do meio
ambiente no país: "Eu fui, nas minhas andanças, ao Acre e à Rondônia. Em
torno de 20% apenas dessas áreas podem ser usadas em benefício da população
local. E 80% não. Isso está errado."
Em Resende, o presidente
eleito estava acompanhado do vice-presidente Hamilton Mourão; do general
Fernando Azevedo e Silva, confirmado para o Ministério da Defesa; do general Augusto Heleno, que
assumirá o Gabinete de Segurança Institucional; do ministro extraordinário da
transição, Onyx Lorenzoni, que comandará a Casa Civil; e do governador eleito
no Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Meio Ambiente
Questionado sobre o nome que
comandará o Ministério do Meio Meio Ambiente, Bolsonaro indicou que ainda está
inclinado em favor do agrônomo Xico Graziano, que foi do governo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e no passado pertenceu aos quadros do
PSDB.
Graziano também foi
secretário de Meio Ambiente de São Paulo. Ontem, Bolsonaro havia dito que há
“meia dúzia” de nomes sendo avaliados para o Ministério do Meio Ambiente.
Multas
O presidente eleito reiterou
que vai combater o que classifica como "indústria da multa
ambiental". Ele disse que não permitirá que o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fixem multas "a torto e a
direito".
"Eu mesmo fui multado.
Se não me engano em 2012. Foram R$10 mil reais. O processo foi levando avante,
foi arquivado no Supremo Tribunal Federal, mas o Ibama levou a multa para
frente. Estou na iminência de entrar na dívida ativa. Vou pagar essa multa, mas
sou a prova viva do descaso, da parcialidade e do péssimo trabalho prestado por
alguns fiscais do Ibama e do ICMBio. Isso vai acabar."
Direitos Humanos
Bolsonaro confirmou que o
nome da pastora evangélica e advogada Damares Alves, assessora parlamentar do
senador Magno Malta (PR-ES), está entre os cotados para o novo ministério que
reunirá políticas relacionadas os direitos humanos, família e mulheres.
"Foi muito por alto
conversado com ela. Não foi prometido nada. Mas é uma pessoas extremamente
qualificada para desempenhar essa função", disse Jair Bolsonaro.
Questionado se pretendia
colocar Magno Malta na Esplanada dos Ministérios, o presidente eleito foi vago.
"Eu tenho amigos. Se quiserem que eu passe para 200 ministérios, eu passo agora.
Magno Malta é uma boa pessoa. Me ajudou muito. Tenho um profundo respeito por
ele. Não estava previsto [ser ministro], pois ele seria candidato a vice. Tinha
tudo para ser senador e não sei por qual motivo não se elegeu. Nós temos que
atender o Brasil como um todo. Magno Malta é uma boa pessoa, mas para estar do
meu lado não é preciso ser ministro."
Forças Armadas
Bolsonaro disse ainda que,
apesar das dificuldades no Orçamento Geral da União, fará o possível para não
contingenciar os recursos destinados às Forças Armadas. "Não é despesa. É
investimento. E nós vamos prestigiar as forças armadas, que não são minhas, são
do povo brasileiro."
De Resende, Bolsonaro volta
hoje para o Rio de Janeiro e amanhá (2) vai para para São Paulo onde acompanha
a partida entre Palmeiras e Vitória, válida pela última rodada do campeonato
brasileiro. Ele foi convidado para assistir ao jogo no camarote da diretoria do
clube paulista. Perguntado sobre seu palpite, ele apostou em 2 x 0 para o
Palmeiras.
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