Sabrina Bittencourt, ativista
social pelos direitos humanos, afirmou que uma das mulheres que relatou abuso
de João de Deus se matou nesta quarta-feira, 12. A mulher se desesperou quando
viu o médium retornar às funções na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
“A família da vítima nunca
acreditou nos relatos de abuso”, disse Sabrina para a coluna de Mônica Bergamo,
“São todos seguidores do médium”.
Sabrina Bittencourt, ativista
social pelos direitos humanos, negou a veracidade do vídeo divulgado no perfil
oficial de João de Deus nesta terça-feira, 11, em que Dalva Teixeira, filha do
médium, aparece desmentindo a informação de que teria sido vítima de abuso
sexual por parte do pai.
Representante de Dalva e do
advogado da vítima, Marcos Eduardo Bocchini, no caso das denúncias contra o
espírita, a empreendedora social afirmou que a gravação em que Dalva aparece
não é de agora, e sim, de 2017, época em que teria sido ameaçada pela equipe do
pai caso levasse adiante as acusações.
“Ambos [Dalva e Marcos
Bocchini] estão sofrendo ameaças de morte. Eu também, há dois meses. Mas a
informação que temos é que ela era abusada desde a infância”, revelou em
entrevista exclusiva à Catraca livre.
Segundo Sabrina, Dalva foi
internada em uma clínica de forma compulsória assim que João de Deus soube das
primeiras acusações feitas por ela, e foi obrigada a gravar o vídeo negando os
tais crimes. Na ocasião, o médium estava lançando o documentário “João de Deus
– O Silêncio É uma Prece” e teria ficado com medo de o escândalo prejudicar a
repercussão do longa.
“Eles lançaram esse vídeo
gravado em 2017, quando os filhos [de Dalva] estavam sendo ameaçados de morte.
Ele tinha sedado ela e internado de forma compulsória. Depois de internada por
um tempo, os capangas de João foram ate lá – porque ele estava com medo [de ser
descoberto] – e foi feito um acordo financeiro para o processo não ser levado
adiante. Estava na época do lançamento do filme dele. Então, eles disseram: ‘Se
você não gravar esse vídeo, nós vamos matar o seus filhos’. E o João de Deus a
fez dizer que isso era uma motivação do ex-marido, por dinheiro”, declarou.
Sabrina Bittencourt reiterou
também que tem sido procurada por outras mulheres que relataram abusos de João
de Deus e as orienta a fazer uma denúncia ao Ministério Público. “Eu tenho
recebido tantas denúncias e direcionando ao Ministério Público e a terapeutas,
porque a mídia tem mostrado esse caso na TV e elas [vítimas] acabam assistindo
tudo isso e a emoção volta”.
A ativista social também
afirmou que as acusações não são de agora. Segundo ela, diversas mulheres foram
às delegacias denunciar o médium e teriam recebido orientações de não dar
sequência no processo, pois “João de Deus é muito perigoso e tem costas quentes
no judiciário”.
“Muitas delas, inclusive, são
pressionadas a não falar nada pela própria família, que é devota dele, por
maridos, e eu fico com um trabalho de convencimento destas vítimas”, completou.
Sabrina criou junto com um
grupo de mulheres o Combate ao Abuso no Meio Espiritual (COAME), para recolher
depoimentos e dar apoio às vítimas. Além disso, a ativista lançou uma campanha
por meio do Facebook para fazer um alerta às celebridades como Oprah Winfrey –
que se consultou com João de Deus – sobre o escândalo dos abusos.
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