O novo diretor-geral da
Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia, toma posse no próximo dia 20. Em
nota divulgada nesta quarta-feira, 8, a PF informou que até lá "tanto o
dr. Fernando Segóvia quanto o dr. Leandro Daiello cuidarão da transição administrativa
do órgão".
O local da posse ainda será
definido, segundo a Polícia Federal. Fernando Segóvia foi anunciado nesta
quarta-feira, 8, como o substituto de Leandro Daiello no comando da Polícia
Federal, segundo revelou a jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão.
O delegado é advogado formado
pela Universidade de Brasília, com experiência de 22 anos na carreira. Foi
superintendente regional da PF no Maranhão e adido policial na República da
África do Sul, tendo exercido parcela importante de sua carreira em diferentes
funções de inteligência nas fronteiras do Brasil.
Um novo nome para a
diretoria-geral da PF já era negociado desde maio, quando o ministro da
Justiça, Torquato Jardim, assumiu a pasta. Alegando estar cansado, o
diretor-geral da PF - que é responsável pelas principais investigações de
combate à corrupção - pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar.
A pressão do PMDB sobre
ministro para que trocasse o comando da pasta se intensificou desde a
deflagração da Operação Tesouro Perdido, no dia 5 de setembro, que descobriu o
bunker dos R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA). Além disso, o Palácio do Planalto também não escondeu a irritação
com o "vazamento" de um relatório da Polícia Federal sobre o chamado
"quadrilhão do PMDB", que embasou a segunda denúncia contra o
presidente Michel Temer enterrada em votação na Câmara Federal.
O Planalto chegou a cotar
Rogério Galloro, número 2 de Daiello, que chegou a ser fotografado em um almoço
com Torquato e o diretor-geral. No entanto, ele vai assumir a diretoria
Américas da Interpol.
Além de Galloro, Torquato
havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a
sucessão. A reportagem apurou que um deles era o ex-superintendente da PF no
Maranhão, o delegado Fernando Segóvia.
Na PF, o delegado enfrentava
resistências para ocupar o posto por causa da relação com o ex-presidente José
Sarney. Nos bastidores, Segóvia era visto como o nome que o PMDB queria indicar
para a vaga de Daiello.
Segóvia assumiu a
Superintendência da Polícia Federal no Maranhão em agosto de 2008.
Entre as operações conduzidas
por ele estão a Rapina III, que prendeu, em 2009, 24 pessoas envolvidas em um
esquema de fraudes em contratos públicos nas áreas de saúde e educação, que
agiam em três cidades do interior do Maranhão. Durante um ano e meio de
investigações, os agentes apuraram desvio de R$ 30 milhões dos cofres públicos.
A operação da PF atingiu três
municípios onde as fraudes teriam ocorrido - Imperatriz, Ribamar Fiquene e
Senador La Rocque - e também a capital, São Luís./Agência Estado
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