Teixeira de Freitas: As dez
cidades com maiores taxas de assassinatos no Brasil têm nove vezes mais pessoas
na extrema pobreza do que as cidades menos violentas. É o que indica o Atlas da
Violência 2018 sobre os municípios com dados referentes a 2016. Das dez cidades
mais violentas nesse estudo, 05 estão na Bahia, com destaque para Eunápolis (2ª
Colocada no Ranking), que só perdeu para Queimados no Rio de Janeiro, e também
para Porto Seguro, ambas cidades do Extremo Sul.
Segundo o estudo elaborado
pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta
sexta-feira (15), os dez municípios com mais de 100 mil habitantes e com
menores taxas de homicídios têm 0,6% de pessoas extremamente pobres, enquanto
os dez mais violentos têm 5,5%, em média. No total, o Brasil tinha 309
municípios com mais de 100 mil pessoas em 2016.
“Os indicadores mostram
diferenças abissais entre as condições de desenvolvimento humano, começando
pela taxa de mortes violentas, que, no último grupo, foi mais de dezesseis vezes
maior”, diz o estudo. “Basicamente mostramos que municípios com melhores níveis
de desenvolvimento – e aqui falamos de habitação, educação, inserção no mercado
de trabalho, dentre outros – também concentram menores índices de homicídio. Ou
seja, estamos falando de pobreza, mas principalmente, estamos falando de
vulnerabilidade econômica e de desigualdade”, afirma Samira Bueno, diretora
executiva do Fórum.
Para Samira, os indicadores
mostram o “equívoco de políticas de enfrentamento da violência focadas apenas
no policiamento e em estratégias repressivas”. “O estado não é capaz de
oferecer condições básicas de vida e cidadania para parcelas significativas da
população, e justamente essas pessoas, que vivem em condições de inserção
precária no mercado de trabalho, evadem da escola muito cedo, habitam em
territórios sem infraestrutura são os que mais ficam vulneráveis à violência”.
Com a publicação do estudo,
diversos internautas opinaram sobre o assunto, alguns concordando, outros
discordando. “A pobreza pode até contribuir para o aumento da violência, mas,
não é ela que gera a criminalidade. A Índia tem uma taxa de homicídios 8 vezes
menor que a do Brasil. A China tem uma taxa 30 vezes menor. Há vários países
pobres, muito mais seguros que o Brasil.O problema aqui é que o crime se tornou
um problema cultural,se tornou um modo de vida para muita gente. Mas isso a
sociedade não quer admitir, argumentou o internauta Auto Silva.
“Muitos negam a realidade, e
preferem dizer que os bandidos são coitadinhos. Mas o fato é que ninguém é
obrigado a virar bandido. A maioria dos pobres não vira bandido. Mais de 90%
dos presidiários brasileiros são homens, a maioria tem o mesmo perfil. Mas por
que as mulheres não cometem tantos crimes quanto os homens? Não há mulheres pobres
no Brasil? Isso eles não explicam”, complementou.
Teixeira que sempre aparecia
entre as 10 cidades mais violentas, não apareceu nessa lista. Desde o segundo
semestre de 2016 que tem havido uma maior intensificação dos órgãos de
segurança para conter o aumento da violência na cidade. Em 2017 houve uma
redução significativa, e a expectativa é que em 2018 os números sejam ainda
mais favoráveis, diante do brilhante trabalho realizado de forma ostensiva e
operacional da 87ª CIPM, comandado pelo Major Silvio Nunes e pelos números
recordes de elucidação de homicídios, realizados pela equipe do NHT, coordenado
pela delegada Valéria Chaves./G1
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